A Telefônica Brasil, dona da Vivo, divulgou nesta segunda-feira (4) os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2019: a operadora comemora o maior crescimento de receita dos últimos três anos devido aos aumentos nos preços ao consumidor, tanto no pré-pago como no pós. Enquanto isso, a internet fixa teve queda no faturamento, à medida que a empresa migra de tecnologias antigas para a fibra óptica (FTTH).
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A receita operacional líquida teve alta de 2,6% e chegou a R$ 11,04 bilhões, puxada principalmente por conta dos serviços móveis, que registraram R$ 7,1 bilhões (+6,6%). Nos serviços fixos, houve queda de faturamento, que chegou a R$ 3,8 bilhões (-3,9%).
O lucro registrado foi de R$ 1,046 bilhão para o terceiro trimestre de 2019. Já o valor dos investimentos (Capex) foi de R$ 2,4 bilhões no mesmo período.
Aumento de tarifas de celular elevou gasto médio
Na apresentação aos acionistas, a Vivo revela a estratégia comercial de aplicar reajustes para todos os clientes: os aumentos de preço chegaram a 25% no pré-pago (Giga Chip), 10% nos planos Controle e 8% no pós-pago puro.
O gasto médio por usuário (ARPU) cresceu em 6,4% no ano, chegando a R$ 29,40. O valor no pós-pago foi de R$ 52,40 (+2,6%), enquanto no pré-pago isso corresponde a R$ 12,70 (+10%). O segmento M2M, para a internet das coisas, teve alta de 19% (R$ 3 por acesso).
Comparando com 2018, a operadora teve redução de 0,8% no total de acessos móveis: foram 585 mil adições líquidas móveis de pós-pago, enquanto o pré-pago perdeu 496 mil acessos.
A Vivo ainda domina o pós-pago com 57,3% de market share, mas sua participação caiu 1,4 ponto percentual no período; o pré-pago subiu 0,5 ponto percentual (25,8%). A competição ficou acirrada com a Claro, que lidera o ranking de portabilidade, em especial nos planos pós.
O segmento de dados (internet móvel) e serviços digitais foi o mais importante na composição da receita líquida móvel: o faturamento foi de R$ 6,5 bilhões, crescimento de 4,6%. A venda de aparelhos teve bom desempenho e trouxe R$ 645 milhões para a Vivo (+31,5%). Até o serviço de voz apresentou uma pequena alta, atingindo R$ 1,3 bilhão (+1,2%).
A operadora fechou o trimestre com 3.190 cidades com cobertura 4G, chegando a 89% da população. Dessas cidades, 1.096 possuem 4,5G. Ela espera a conclusão do memorando de entendimento com a TIM, que prevê compartilhamento de redes 2G e 4G.
Telefonia fixa e TV via satélite continuam caindo
A receita líquida de serviços fixos teve redução de 3,9%, atingindo R$ 3,8 bilhões. A queda ocorre principalmente nos serviços de voz, banda larga xDSL e TV via satélite, mas a operadora comemora que as receitas dos serviços que crescem (fibra, IPTV e dados) já “pesam mais” do que as tecnologias legadas.
A receita líquida de banda larga foi um dos poucos destaques positivos: o segmento cresceu 7,5% e representa R$ 1,4 bilhão do total. O FTTH, que leva a fibra até a casa do usuário, teve alta de 44,5% e responde por R$ 531 milhões, enquanto as outras tecnologias geraram R$ 901 milhões (-6,5%).
Na TV, a tecnologia IPTV supera o satélite pela primeira vez: foram R$ 227 milhões (+27,7%) contra R$ 224 milhões do DTH (-27,7%). A Vivo chegou até a retirar o serviço de TV via satélite do seu portfólio.
Os serviços de voz caíram 18,8%, mas ainda representam R$ 1,2 bilhão da receita. Em dados corporativos e TI, a operadora atingiu R$ 716 milhões (+12,9%).
Vivo tem estratégia para expansão de fibra
O ARPU (gasto médio) dos clientes de fibra óptica é 27% maior que no FTTC, híbrido de fibra e cobre; e 36% maior que no xDSL. Para crescer nos serviços fixos que dão maior receita, a operadora continua com a expansão da sua rede FTTH.
No terceiro trimestre, a fibra chegou às cidades de Alvorada/RS, Aracaju/SE, Camboriú/SC, Colatina/ES, Contagem/MG, Guaíba/RS, Jaguariúna/SP, Lajeado/RS, Linhares/ES, Mineiros/GO, Paranavaí/PR e Pirassununga/SP. No acumulado de 2019 foram 33 novas cidades, superando as 30 lançadas durante todo o ano de 2018.
A Vivo ainda precisa fazer a sobreposição da rede híbrida FTTC para FTTH. Uma parceria com a American Tower trará lançamento de fibra em mais de 40 cidades de Minas Gerais, cobrindo 800 mil domicílios e chegando a 4 milhões de pessoas.
O modelo prevê que a parceira seja responsável pelo investimento, construção e operação dos cabos home passed, enquanto a Vivo investe nos equipamentos com a marca Vivo Fibra. Isso ainda não ficou muito claro, mas parece que a Telefônica irá “alugar” essa rede da American Tower, como se fosse uma operadora virtual.
No total, a Vivo atende 154 cidades com fibra, enquanto outras 101 cidades têm a rede híbrida com cobre, usada principalmente nos locais atendidos pela antiga GVT. O número de home passed de fibra é de 49%, enquanto o FTTC chega a 51%. No total, a operadora possui cobertura em 10,2 milhões de lares.
Com informações: Telefônica Brasil.
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