A linha gamer da Samsung evoluiu. Pelo menos esse é o recado que a marca coreana tenta dar com o lançamento do Samsung Odyssey 2, notebook para jogos que chegou ao Brasil com três opções de configuração e preços sugeridos variando entre R$ 5.799 e R$ 8.999.
Este é o review da versão mais cara do Odyssey 2 (que também podemos chamar de Odyssey 2019): a NP850XBC-XG1BR, que traz processador Intel Core i7-9750H, 16 GB de RAM, GPU Nvidia GeForce RTX 2060, SSD de 512 GB, HD de 1 TB e tela full HD de 15,6 polegadas.
Essa ficha técnica é inegavelmente poderosa, mas é preciso que o equipamento tenha outros atributos para ser considerado um notebook gamer de respeito. Será que ele consegue? É o que você descobrirá a seguir.
Análise do Samsung Odyssey 2 em vídeo
Design e acabamento
A primeira coisa que você provavelmente vai reparar em seu primeiro contato com o Odyssey 2 é que ele tem acabamento robusto. Isso porque o modelo abandona o plástico que caracteriza o primeiro Samsung Odyssey e, no lugar, traz uma carcaça de metal.
Esse detalhe é importante porque o equipamento precisa ser resistente, afinal, ele não é dos mais leves (embora não seja tão pesado assim para um laptop gamer): nos deparamos com 2,5 kg aqui.
No design, o equipamento abusa de linhas retas e segue um estilo sóbrio que, na primeira olhada, pode até fazer o Odyssey 2 se passar por um notebook convencional.
Traços rebuscados e um monte de LEDs que fazem o produto lembrar uma nave espacial? Não tem e, pelo menos para mim, isso soma pontos: nunca fui fã dos visuais extravagantes que são tão comuns em várias linhas gamers.
Isso não quer dizer que o Odyssey 2 não tenha alguma excentricidade: em vez de branco ou azul claro, o teclado e o botão de liga / desliga trazem retroiluminação LED em vermelho. Mas não vai muito além disso.
O único detalhe que deixou um pouco desconfiado é o suporte da tela. Ela é composta por uma dobradiça única e larga, ao centro. O efeito visual é interessante, mas, em certo momento, tirei o notebook do meu colo e o que coloquei sobre uma mesa; ao fazer isso, a tela desceu um pouco, como se fosse pesada.
Depois disso, fiquei me perguntando se esse componente não irá se desgastar com o tempo. Tenho a leve impressão de que o tradicional suporte com duas dobradiças (uma em cada ponta) teria sido melhor aqui.
Teclado, touchpad e portas
Nas primeiras horas de uso, achava as teclas pequenas demais para o tamanho do Odyssey 2. Mera questão de costume. Na verdade, elas têm dimensões normais. As teclas até poderiam ser mais maiores, mas aí a Samsung não conseguiria inserir o teclado numérico à direita.
O que mais importa é que as teclas são firmes, mas confortáveis, e têm bom tempo de resposta.
Como este é um notebook gamer, as teclas W, A, S e D trazem essas letras em vermelho. Essa também é a cor que a retroiluminação assume quando ativada.
Você pode ajustar o nível de intensidade dos LEDs no software Samsung Settings, mas não é possível mudar de cor — somente o botão liga / desliga pode assumir outras cores (azul quando na recarga em standby, verde para carga cheia, roxo para o Beast Mode).
Já o touchpad não segue o visual descolado que a gente encontra no primeiro Odyssey, mas o que interessa aqui é que ele é grande e responde bem aos comandos. Repare também que o componente possui uma superfície com um efeito diferente, mas que é só estético, não afetando em nada a usabilidade.
Com relação às portas, eu esperava que o Samsung Odyssey 2 viesse com uma quantidade maior delas, mas as que encontramos aqui dão conta do recado: são duas porta USB 3.0 (padrão A) e a conexão para fones / microfone no lado direito; uma HDMI, outra USB 3.0, uma USB-C e uma Ethernet no esquerdo. Leitor para cartões? Tem não.
Tela e áudio
A tela do Samsung Odyssey 2019 é do tipo PLS LCD (uma especificação que lembra um painel IPS) e vem com 15,6 polegadas de tamanho, resolução de 1920x1080 pixels (full HD) e camada antirreflexiva.
Não menos importante: a versão testada aqui (NP850XBC-XG1BR) é a única da linha que trabalha com taxa de atualização de 144 Hz na tela, característica que proporciona maior sensação de fluidez na visualização do conteúdo. O G-Sync, tecnologia que sincroniza a taxa de atualização da tela com a GPU, também marca presença.
Com todos esses atributos, não tenha dúvida de que esse é um display que oferece ótima experiência em jogos, como tem que ser. De modo geral, as cores são vívidas, o brilho máximo é bastante intenso e a visualização sob ângulos variados resulta em pouca perda de tonalidade, até porque a camada antirreflexiva realmente cumpre o seu papel.
Em certos vídeos e jogos, eu achei que algumas cores eram mais saturadas do que o esperado, mas isso não aconteceu com frequência. De todo modo, o notebook vem com um recurso chamado Odyssey Mode que permite que você escolha a configuração de tela mais apropriada para cada tipo de jogo. O modo RPG, por exemplo, aplica um filtro de luz azul para deixar a visualização de jogos desse tipo mais confortável.
Talvez o único ponto negativo da tela fique para a resolução. É verdade que um painel full HD é suficiente para uma boa jogatina (é melhor ter mais frames por segundo do que pixels), mas se levarmos em conta o preço do laptop, seria interessante se o display tivesse resolução superior, talvez 2K.
Já o áudio não é dos mais altos e praticamente não tem graves. Por outro lado, o som proporcionado pelos dois alto-falantes na parte inferior do Odyssey 2 é bem claro e conta com um efeito tridimensional que garante a diversão com filmes, jogos e afins. Mas é lógico que a experiência sonora fica melhor com fones de ouvido, de preferência, dos bons.
Software
O Odyssey Mode que citei acima é uma das funções do Odyssey Control, um dos softwares que a Samsung adicionou ao Odyssey 2. Por ali, também é possível obter dados do desempenho do computador e acessar as capturas de tela feitas durante a jogatina. O sistema operacional é o Windows 10 Home.
Mas eu acho que a Samsung exagerou na quantidade de aplicativos. O Odyssey Controle é interessante, mas ele não vem sozinho: Samsung Flow, Samsung Notes, Samsung PC Cleaner, Samsung Recovery, Samsung Recorder Plus, Samsung Settings, entre outros. Poucos são realmente úteis.
E, sim, tem trial de antivírus aqui: o McAfee LifeSafe (para variar). Felizmente, não é nada que você não possa resolver com uma simples desinstalação.
Desempenho e bateria
Processador hexa-core Intel Core i7-9750H de 2,6 GHz (nona geração), 16 GB de memória DDR4, placa de vídeo Nvidia GeForce RTX 2060 com 6 GB de memória GDDR6, SSD NVMe de 512 GB e HD de 1 TB. Graças a essa humilde configuração, o Samsung Odyssey 2 fez bonito nos testes.
Em GTA V, nenhuma surpresa desagradável. A taxa de quadros ficou na casa dos 75 fps na maior parte do tempo, com as configurações gráficas no nível mais alto; em GTA IV, a média foi de 100 fps.
Grid 2 com os gráficos em nível "ultra" também rodou com desenvoltura. As taxas de frames oscilavam entre 160 e 170 fps na maior parte do tempo, só caindo para 150 nas cenas em que vários carros apareciam.
Como jogo mais recente, testei Forza Horizon 4. O desempenho também foi excelente aqui. Ao configurar o jogo para 144 fps e deixar os demais parâmetros gráficos no máximo, a taxa de frames ficou na faixa dos 85-95 fps a maior parte do tempo. O mínimo que eu vi aqui foi uma taxa de 75 fps em uma cena que mostrava vários veículos.
Para completar, o laptop traz o Beast Mode, que pode ser acessado via Odyssey Control (ou via teclas Fn mais F11) e aumenta a performance da máquina em até 15% ao direcionar quase todos os recursos gráficos e de processamento para o jogo. Não é que funciona? Em Forza Horizon 4, deu para notar um ganho de mais ou menos 10 fps com ele.
É claro que isso implica em mais aquecimento. A boa notícia é que o Odyssey lida bem com isso. Primeiro porque ele tem várias saídas de ar. Segundo porque o equipamento conta com um sistema de resfriamento chamado Jet Blade que é formado principalmente por duas ventoinhas poderosas.
Elas controlam bem a temperatura do equipamento — a GPU e o processador ficaram com média de 85 e 75 ºC, respectivamente, em Forza Horizon 4. O único porém é elas não são nada silenciosas.
Já a bateria tem 54 Wh e não empolga. Usando Chrome por cerca de uma hora, executando Netflix com brilho máximo na tela por duas horas e jogando por aproximadamente 45 minutos, vi a carga da bateria cair de 100% para 20%.
Como este é um laptop que prioriza jogos, não mobilidade, a duração da bateria não chega a ser um grande problema, afinal, o usuário provavelmente vai mantê-lo perto da tomada quase todo o tempo. Mas que seria bom ter um pouco mais de autonomia, seria.
O Samsung Odyssey 2 vale a pena?
Perfeito o Samsung Odyssey 2019 não é. Senti falta de mais portas (ou ao menos de um leitor de cartões de memória), acho que a tela da versão testada deveria ter resolução um pouco maior e a bateria é, no máximo, ok. Mas perceba que esses são meros detalhes, nada disso desabona o notebook.
Além disso, o equipamento tem acabamento robusto, teclado e touchpad confortáveis, um painel LCD de alto nível e um conjunto de hardware bastante equilibrado — a GPU GeForce RTX 2060 e o processador Core i7-9750H não são os chips mais avançados de suas categorias, mas têm poder de fogo para atender à maioria dos jogadores de plantão.
Também é legal notar a evolução que a linha gamer da Samsung vem tendo: o Odyssey 2 trouxe avanços consideráveis em relação ao seu antecessor e tem uma proposta muito mais consistente que a do Odyssey Z.
Só o preço continua servindo de balde de água fria. Custando R$ 8.999, o Odyssey 2 acaba sendo mais caro que o Lenovo Legion Y540, que tem ficha técnica similar (mas não vem com tela de 144 Hz) e preço sugerido de R$ 7.499, ou que o Dell G5 mais avançado, que também traz configuração parecida, mas preço oficial de R$ 8.839 (ok, aqui a diferença é mínima).
Em compensação, dos três, o Odyssey 2 parece ser o modelo mais equilibrado, por isso, quem optar por ele irá judiar do bolso (a não ser que consiga uma boa promoção), mesmo assim, não estará fazendo um negócio ruim.
Especificações técnicas
- Tela: PLS LCD de 15,6 polegadas, antirreflexo, resolução full HD (1920x1080 pixels), frequência de até 144 Hz, G-Sync
- GPU: Nvidia GeForce RTX 2060 com 6 GB de GDDR6
- Processador: Hexa-core Intel Core i7-9750H de 2,6 GHz
- RAM: 16 GB de DDR4 (expansível até 32 GB)
- Armazenamento: HD de 1 TB (5.400 rpm) e SSD NVMe de 512 GB (existe um slot M.2 adicional para expansão)
- Bateria: 54 Wh
- Conectividade: Bluetooth, Wi-Fi 802.11ac, Ethernet (1), USB-C (1), USB 3.0 padrão A (3), HDMI 2.0 (1), conector para fones e microfone
- Outros: teclado com retroiluminação LED e teclas numéricas, alto-falante duplo com Dolby Atmos, webcam de 720p, sistema de resfriamento Jet Blade
- Dimensões e peso: 358 (L) x 271 (P) x 19,9 (A) mm; 2,5 kg
- Sistema operacional: Windows 10 Home
Notebook gamer Samsung Odyssey 2: um maquinão
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