Um ano e meio depois do anúncio da fusão entre Boeing e Embraer, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aprovação ao negócio, sem restrições. Para o órgão, as duas companhias não atuam nos mesmos mercados e, por isso, não há riscos de a operação gerar problemas concorrenciais.
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O posicionamento do Cade diz respeito a duas transações. A primeira prevê a aquisição pela Boeing de 80% do capital do negócio de aviação comercial da Embraer. Essa é a divisão que responde, por exemplo, pelas aeronaves das famílias ERJ 145 e E-Jets (como os modelos E175 e E195).
Para o Cade, essa operação não deve afetar negativamente o mercado de aviões comerciais com capacidade entre 100 e 150 assentos, o segmento que foi levado em consideração para a análise.
"Na verdade, a ampliação do portfólio da Boeing deve aumentar sua capacidade de exercer pressão competitiva contra a líder Airbus, empresa que domina esse mercado", diz o órgão.
Já a segunda transação corresponde à criação de um joint venture entre Boeing e Embraer para a produção da aeronave militar KC-390. Nessa operação, a Boeing deverá ter 49% de participação, cabendo os 51% restantes à Embraer.
Para esse segmento, o Cade afirma ter analisado o mercado de aeronaves de transporte militar, categoria que, além do Embraer KC-390, inclui os modelos C-40 Clipper e KC-46 Pegasus, ambos da Boeing.
A entidade entende que o negócio não representa a união dos portfólios das duas companhias para o segmento de transporte militar, apenas participação em um projeto comum, situação que não caracteriza exercício de poder de mercado.
Com base nessas análises, o Cade decidiu aprovar o negócio sem restrições:
O Cade concluiu que a operação resultará em benefícios para a Embraer, que passará a ser um parceiro estratégico da Boeing. Dessa maneira, a divisão que permanece na Embraer — aviação executiva e de defesa — contará com maior cooperação tecnológica e comercial da Boeing.
A aquisição de parte da Embraer pela Boeing já havia sido aprovada pelo governo dos Estados Unidos. O negócio ainda precisa passar por análise da União Europeia, que deve emitir uma decisão até o final de abril.
Cade aprova compra de parte do controle da Embraer pela Boeing
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