Os AirPods se tornaram os fones de ouvido totalmente sem fio mais populares do mundo mesmo com um visual chamativo demais, uma qualidade sonora limitada ao design aberto e um preço acima do que muita gente estava acostumada a pagar. Os AirPods Pro trazem novidades para um dos produtos mais bem-sucedidos da Apple, agora com formato intra-auricular e cancelamento ativo de ruído.
Mas como os AirPods Pro se comparam ao modelo antigo? A qualidade de som é boa? E esse cancelamento ativo de ruído, funciona mesmo? Eu usei os AirPods Pro nas últimas semanas e conto minhas impressões nos próximos minutos.
Análise dos AirPods Pro em vídeo
Design, conforto e recursos
O design dos AirPods Pro é superior ao dos AirPods tradicionais em todos os sentidos. Eles são mais discretos, já que a perninha em cada lado é menor e faz menos volume para fora da orelha. Também são mais seguros, porque entram no canal auditivo em vez de simplesmente repousarem na parte externa do ouvido. E o fato de serem intra-auriculares permite que a qualidade sonora seja melhor, como conto mais para frente.
As pontas de silicone instaladas são de tamanho médio e me serviram bem, mas a Apple envia mais dois pares na caixa para quem tem ouvidos maiores ou menores. Um recurso bacana é que, nas configurações dos AirPods Pro, é possível fazer um teste que analisa se as pontas estão no tamanho adequado, tanto para fins de qualidade sonora quanto para a eficiência do cancelamento ativo de ruído.
A Apple trocou o antigo sensor de toque capacitivo por um sensor de pressão, mas o uso continua intuitivo: é só apertar a perninha uma vez para pausar a música, duas para avançar e três para retroceder. Por padrão, um pressionamento longo alterna entre o modo de cancelamento ativo de ruído e o modo Ambiente, que ativa os microfones e deixa o som passar, como se você não estivesse usando os AirPods Pro — o que pode ser útil para escutar os avisos sonoros no aeroporto ou conversar com alguém.
No meu caso, os AirPods Pro se mostraram bem confortáveis: pude usá-los por mais de quatro horas seguidas sem reclamar. Para quem é mais sensível, existe um sistema de equalização de pressão que deve evitar qualquer incômodo. E, por ficarem bem fixos, os AirPods Pro se mostraram bem seguros durante as minhas corridas matinais desde o primeiro quilômetro, mesmo sem as hastes do Powerbeats Pro.
O estojo dos AirPods Pro é um pouco maior que o dos AirPods tradicionais, mas é mais compacto que o do Sony WF-1000XM3 e continua fácil de transportar em qualquer bolso. O carregamento pode ser feito tanto por meio de um cabo Lightning quanto por indução. E só existe um botão físico, na parte traseira, que você provavelmente nem vai usar caso tenha um iPhone.
Isso porque, assim que você abre a caixinha dos AirPods Pro pela primeira vez, uma janela flutuante surge na tela do iPhone, mostrando os níveis de bateria do estojo e dos fones. Depois que você confirmar o pareamento, as informações de conexão Bluetooth ficam salvas na sua conta do iCloud. A partir daí, dá para usar os AirPods no iPhone, no Apple Watch e no Mac sem precisar ficar pareando novamente os fones de ouvido, o que torna o uso bem mais prático.
Qualidade de som, cancelamento ativo de ruído e bateria
O som dos AirPods Pro é muito fácil de agradar aos ouvidos. Ele obviamente tem um perfil mais encorpado que o dos AirPods tradicionais, com graves mais presentes, graças ao formato intra-auricular. As batidas são mais leves que no Powerbeats Pro, mas mais profundas que nos Samsung Galaxy Buds e no Sony WF-1000XM3, o que deixa as músicas bem divertidas, sem dar dor de cabeça.
Para mim, os médios são relativamente equilibrados. Apesar de serem um pouco mais para frente, como nos AirPods tradicionais, não acredito que vão incomodar quase ninguém, sem contar que dão uma sensação de clareza e abertura que gosto muito, como já comentei em outras análises. E os agudos estão presentes, sem nenhum pico desagradável, deixando uma boa impressão de detalhamento.
O cancelamento ativo de ruído me impressionou bastante para um fone desse tamanho. No momento, o único concorrente com essa função no mercado brasileiro é o Sony WF-1000XM3, que ocupa mais espaço na orelha, tenta se apegar em todos os cantos do ouvido e é menos confortável, mas ainda assim não consegue eliminar os ruídos tão bem quanto os AirPods Pro. A eficiência foi comparável ao que eu consigo no Bose QuietComfort 35 II, que é um headphone circumaural.
Assim como outras tecnologias de cancelamento ativo de ruído, ele não é tão eficiente em eliminar frequências mais altas ou inconstantes, então você ainda vai escutar buzinas, sirenes ou pessoas falando em um tom mais alto. Mas os barulhos de carros na rua, motores de ônibus, ares condicionados e vários outros ruídos são muito atenuados. Os AirPods Pro também se mostraram eficientes no avião, embora não sejam adequados para voos muito longos devido ao seu próprio formato.
Segundo a Apple, a bateria dura até 4 horas e meia no modo de cancelamento ativo de ruído. No meu teste, conectado a um iPhone 11 Pro Max e com volume em 50%, a autonomia foi de exatamente 5h02min. É uma duração ligeiramente inferior ao do Sony WF-1000XM3 e comparável ao dos AirPods de segunda geração — eles vão aguentar os deslocamentos diários, atividades físicas e o uso no trabalho, mas não atingem as 20 ou 30 horas de autonomia de um bom headphone.
Vale a pena?
Os AirPods Pro entram no mesmo balaio de muitos produtos da Apple: a qualidade é excelente, mas o custo é bem alto. O preço de R$ 2.249 é proibitivo para a maioria dos brasileiros e mesmo o valor praticado nos Estados Unidos, de US$ 249, não é nenhuma pechincha — é algo próximo do que você pagaria em um bom headphone over-ear com cancelamento ativo de ruído, como o Sony WH-1000XM3.
Dito isso, os novos fones de ouvido totalmente sem fio da Apple ganham muitos pontos pela versatilidade. Você não vai sair correndo por aí com um headphone de 300 gramas na cabeça, mas pode fazer isso com os AirPods Pro. Um fone intra-auricular convencional até consegue isolar os ruídos do dia a dia, mas o cancelamento ativo é bem mais eficiente dentro do ônibus ou metrô. E, para os momentos que demandam atenção, o modo Ambiente é prático e funciona bem.
O concorrente direto seria o Sony WF-1000XM3, que custa a metade do preço, mas tem cancelamento de ruído inferior e não é tão confortável quanto os AirPods Pro. E, em uma faixa de preço mais acessível, os Samsung Galaxy Buds podem ser uma alternativa — mas quase não isolam o ruído externo e devem agradar menos pessoas, já que os graves são mais contidos.
Os AirPods Pro marcam todas as “caixinhas” de um bom fone de ouvido: o som é excelente, o cancelamento de ruído é ótimo, o design é confortável e tudo funciona como deveria. Para quem pode se dar ao luxo de gastar mais de dois salários mínimos para ouvir música, é o melhor true wireless disponível atualmente no mercado.
Especificações técnicas
- Conectividade: Bluetooth 5.0 com chip H1;
- Codecs: AAC;
- Baterias:
- Estojo de recarga sem fio: mais de 24 horas de som e mais de 18 horas de conversação;
- AirPods (cada lado): 4 horas e meia de som (cancelamento de ruído ativado), 5 horas de som (cancelamento de ruído desativado) e 3 horas e meia de conversação;
- Sensores: microfones duplos com filtragem espacial, microfone voltado para dentro, dois sensores ópticos, acelerômetro com detecção de movimento, acelerômetro com detecção de voz, sensor de força;
- Compatibilidade: iOS 10 ou superior, watchOS 3 ou superior e macOS Sierra ou superior (para alternância rápida entre dispositivos);
- Proteção: contra suor e água (IPX4);
- Dimensões:
- Estojo de recarga sem fio: 45,2x60,6x21,7 mm;
- AirPods (cada lado): 30,9x21,8x24,0 mm;
- Peso:
- Estojo de recarga sem fio: 45,6 gramas;
- AirPods (cada lado): 5,4 gramas.
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