quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Avast fecha Jumpshot, divisão que vendia dados de usuários do antivírus

Depois do incêndio, o momento de amenizar os estragos: após ter sido denunciada por vender dados dos usuários de seu antivírus gratuito, a Avast pediu desculpas e anunciou o fechamento da Jumpshot, subsidiária que protagonizou o escândalo.

Jumpshot

O assunto veio à tona no início da semana, quando a Vice publicou uma reportagem denunciando a Jumpshot por vender dados sobre o comportamento de usuários para diversas companhias, entre elas, Pepsi, Sephora, Yelp, Microsoft e Google.

Os dados incluem diversos detalhes de cunho confidencial, como consultas no Google Maps, perfis visualizados no LinkedIn, atividades no YouTube, entre outros. As informações foram coletadas pelo antivírus da Avast e, posteriormente, vendidas pela Jumpshot na forma de pacotes segmentados.

Quando o usuário instala o antivírus gratuito da Avast, se depara com uma solicitação que permite à companhia coletar dados sobre navegação. Além disso, a coleta não inclui as informações de identificação da pessoa.

Mesmo assim, o assunto foi considerado um escândalo porque a maioria dos usuários não sabe que seus dados podem ser vendidos pela empresa ou qual a escala desse tipo de operação.

Para uma companhia que trabalha com segurança digital, esse é um deslize grave. É por isso que, logo após a repercussão da denúncia, a Avast se apressou em anunciar o encerramento das operações da Jumpshot.

Foram cerca de cinco anos de funcionamento. A subsidiária foi fundada em 2015 "com a ideia de ampliar nossa capacidade de análise de dados além do nosso objetivo principal de segurança", diz Ondrej Vlcek, CEO da Avast.

Avast - Jumpshot (infográfico por Vice)

Em comunicado oficial, o executivo reconheceu que as denúncias contra a Jumpshot afetaram a confiabilidade na marca e, por isso, se desculpou: "como CEO da Avast, eu me sinto pessoalmente responsável e gostaria de pedir desculpas a todos os interessados".

O fechamento da Jumpshot não deve acontecer de uma hora para a outra. A empresa irá avisar os clientes sobre a decisão, mas, provavelmente por questões contratuais, encerrará as operações gradualmente.

Recuperar a imagem da Avast é que deve dar mais trabalho. Vlcek chegou a dizer que, apesar da decisão, a Jumpshot agiu dentro dos limites legais, respeitando a GDPR, por exemplo. O problema é que legal não é o mesmo que ético.

Além disso, o executivo afirma que, quando assumiu o cargo de CEO há setes meses, reavaliou a atuação da Avast e concluiu que o negócio de coleta de dados não está alinhado com as prioridades de privacidade da companhia.

Só que, mesmo reconhecendo o problema, Vlcek demorou para agir. O executivo teve essa oportunidade no final de 2019, quando Mozilla e Opera baniram as extensões da Avast para seus navegadores justamente por suspeita de coleta indevida de dados.

Com informações: TechCrunch, Engadget.

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