O ano de 2019 foi agitado na indústria de tecnologia. O 5G saiu do papel e começou sua jornada pelo mundo. No Brasil, nunca se falou tanto em casa conectada. Duas gigantes da tecnologia seguiram caminhos opostos: enquanto o Facebook continuou no inferno astral, a Amazon se fortaleceu muito, principalmente no Brasil. E empresas de múltiplos setores estão de olho na guerra das plataformas de streaming.
Escolhemos cinco grandes fatos que marcaram o ano de 2019 na indústria que acompanhamos de perto. Confira a retrospectiva do Tecnoblog a seguir!
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Casa conectada no Brasil
Casa conectada foi o assunto que dominou o mercado brasileiro de tecnologia. Na Eletrolar Show, principal feira de negócios do setor eletroeletrônico na América Latina, todas as grandes marcas queriam apresentar um produto novo relacionado a iluminação, segurança doméstica, automação residencial e mais.
A Positivo foi a empresa nacional que entrou com mais força na área, trazendo lâmpadas, tomadas e câmeras de segurança por preços mais baixos do que estávamos acostumados. A Multilaser também demonstrou um protótipo de alto-falante com Alexa, que acabou ficando para 2020 — ela chegará depois da Intelbras, que já lançou suas caixas de som inteligentes. E a DL passou a investir em uma parceria com a Xiaomi para distribuir os produtos da chinesa no Brasil, inclusive com lojas físicas.
Entre as gigantes, a Amazon mostrou que não estava para brincadeira: veio com três modelos de alto-falantes Echo e investiu bastante para promover sua assistente pessoal Alexa na TV, no rádio, na internet e em vários outros lugares (até no relógio de rua aqui perto de casa). Como em um passe de mágica, o Google demonstrou atenção ao Brasil: foi só esperar algumas semanas para o Nest Mini desembarcar em solo nacional.
Comentamos o assunto no Tecnocast 129 – Assistentes pessoais e casa conectada.
5G nasce no mundo
Eu sei, o Brasil é um país complicado e o leilão de frequências do 5G pode ficar só para o final de 2020 ou, pior, para 2021. Mas é fato que a tecnologia finalmente saiu do papel, sendo lançada comercialmente naqueles pioneiros de sempre: Coreia do Sul, Estados Unidos, China, Suíça, Reino Unido e Espanha (exceção para o Japão, que divide sua atenção com a organização dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio).
As redes comerciais com velocidades assustadoramente altas, acima de 1 Gb/s, são majoritariamente as que operam em ondas milimétricas (mmWave). Esse tipo de 5G ainda enfrenta sérios problemas de cobertura: como as ondas têm baixa penetração, precisam de mais antenas. Com as instalações atuais em cidades americanas, muitas vezes basta atravessar a rua para perder a conexão 5G e ser derrubado para o 4G.
Mas, independente da cobertura falha neste início de operação, o que já era mais que esperado, o início do 5G é também o início de um nova era. Não é uma tecnologia feita para você baixar um vídeo mais rápido no celular: é uma tecnologia projetada para a internet das coisas, com capacidade suficiente para deixar tudo conectado à rede. Até o medidor de luz da sua casa. Ou equipamentos médicos. E um monte de sensores.
Comentamos o assunto no Tecnocast 115 – Para que serve o 5G?
Guerra mundial dos streamings
Amazon, Apple, Disney, Globo, Google, HBO, Netflix. O que essas empresas têm em comum, além de serem líderes de mercado em suas áreas, é que todas se envolveram em distribuição de conteúdo pela internet. Na década que passou, a Netflix revolucionou a forma como consumimos a filmes e séries, a qualquer momento, sem sair de casa e sem mídias físicas. Agora, ela precisa sobreviver à guerra do streaming.
A Disney é um dos nomes mais fortes na disputa porque, se existe alguém que sabe como produzir conteúdo de qualidade (e faz isso com muito sucesso há quase um século), é ela. O Disney+ será lançado no Brasil apenas em 2020, mas conseguiu um marco respeitável de 10 milhões de assinantes em seu primeiro dia de operação. Com nomes como ESPN, Pixar, Lucasfilm, Marvel, Hulu e Fox fazendo parte de seu império, a Disney é uma das marcas que acompanharemos ainda mais de perto daqui para frente.
A Apple também investiu em sua própria plataforma de streaming, o Apple TV+, contando com a força das vendas de seus eletrônicos e uma produção original de bilhões de dólares. O Amazon Prime Video, que parecia só um brinde para assinantes do Prime até então, ganhou conteúdos da Disney e está disposta a contratar executivos de peso, sendo que já conseguiu um dos ex-chefões do Globoplay.
Comentamos o assunto no Tecnocast 131 - Guerra dos streamings.
Amazon se fortalece em território nacional
A Amazon foi a empresa de tecnologia que mudou de patamar no Brasil em 2019. Seu braço de nuvem, a Amazon Web Services (AWS), já funcionava bem por aqui, mas ainda não tínhamos visto a mesma força da gigante do varejo que existe nos Estados Unidos: a loja online brasileira só vendia livros diretamente ao consumidor e dependia da atuação do marketplace em outras categorias.
Em janeiro de 2019, a Amazon enfim inaugurou a venda direta em 12 categorias, como eletrônicos, games, cozinha, beleza, ferramentas, brinquedos e papelaria. Os produtos passaram a ser enviados a partir do novo centro de distribuição da Amazon em São Paulo. E a empresa adiantou que, a partir do primeiro trimestre de 2020, terá um armazém em Pernambuco para acelerar entregas na região Nordeste.
Mas a grande virada de página foi a chegada do Amazon Prime ao Brasil — uma das cinco notícias mais lidas do ano no Tecnoblog. Cobrando uma mensalidade de R$ 9,90, a Amazon passou a oferecer entrega grátis sem valor mínimo de compra para qualquer lugar do Brasil, não se limitando às mesmas regiões de sempre. O Prime Video (que custava R$ 14,90) foi incorporado ao Prime, que ainda trouxe serviço de música, livros, revista e games sob uma mesma assinatura.
E olha que já falamos anteriormente sobre a forte atuação da Amazon em casa conectada e mercado de streaming, dois temas importantes de 2019 que tiveram participação especial da companhia de Jeff Bezos.
Comentamos o assunto no Tecnocast 125 – Amazon Prime e as novidades da Apple.
Inferno astral do Facebook
Mas se tem empresa que ganha, também tem quem perde. O Facebook não passou por um bom momento em 2018 e não parece ter melhorado sua situação em 2019. Até porque os problemas do ano passado respingaram depois: no Brasil, esperamos até o final de dezembro para a empresa ser multada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em R$ 6,6 milhões devido ao escândalo Cambridge Analytica, que expôs dados de 87 milhões de pessoas ao redor do mundo.
Outras investidas do Facebook deram errado. Uma das mais famosas é a criptomoeda Libra, que poderia se tornar uma moeda global. O projeto é administrado pela Associação Libra, criada por nomes de peso da indústria de pagamentos, mas claramente perdeu apoio depois da desistência da Visa, Mastercard, eBay e Mercado Pago. Se o Facebook e seus parceiros (que restaram) quiserem seguir em frente, ainda terão que enfrentar a resistência dos Estados Unidos.
Foram dois escândalos com funcionários: em um deles, foi descoberto que mensagens de voz dos usuários eram ouvidas e transcritas para melhorar uma ferramenta de inteligência artificial; em outro, o Facebook demitiu um indivíduo que recebeu propina para liberar contas banidas de anunciantes. A empresa também lidou com a exposição de dados de 540 milhões; a proliferação de vídeos deepfake, inclusive de Mark Zuckerberg; e transmissões ao vivo que deram palco para o atentado na Nova Zelândia.
E, sabendo que 2020 é ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos, a vida do Facebook certamente não será mais fácil.
Comentamos os assuntos no Tecnocast 121 – Libra, a criptomoeda do Facebook e Tecnocast 128 – Quem mexeu no meu Bitcoin?
Tecnocast 132 - O melhor e o pior da tecnologia em 2019
No episódio especial do Tecnocast, analisamos tudo o que aconteceu de melhor e pior na tecnologia em 2019. Dá o play e vem com a gente!
Retrospectiva 2019: Amazon mais forte, guerra do streaming, erros do Facebook e mais
Retrospectiva 2019: Amazon mais forte, guerra do streaming, erros do Facebook e maispublicado primeiro em https://tecnoblog.net
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