Dentre os entraves para o leilão do 5G, o uso da frequência de 2,3 GHz preocupava o mercado: atualmente, a banda serve para transmissão do sinal de TV aberta via satélite pela banda C, e as programadoras temem possíveis interferências. O governo tomou uma decisão que vai agradar as operadoras de telecomunicações, apostando na convivência entre as tecnologias.
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De acordo com o Valor, a decisão já foi tomada pelo governo e será divulgada em uma portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em janeiro de 2020. O documento seguiu para a consultoria jurídica da pasta, para depois ser encaminhado ao ministro Marcos Pontes.
A convivência do serviço de TV aberta via satélite (TVRO) com o 5G é a alternativa preferida das operadoras pelo custo reduzido para evitar interferências. É algo similar ao que aconteceu com o 4G de 700 MHz, em que as empresas de telecomunicações tiveram que arcar com o processo de desligamento da TV analógica.
A opção preferida pelas emissoras de TV era a realocação do serviço para a banda Ku (acima dos 10 GHz), mas seria necessário substituir os satélites e as antenas de cada domicílio. De acordo com informações obtidas pelo Valor, a Anatel só optará por esse modelo caso seja inviável a convivência do 5G com a banda C.
Segundo estimativa do Sinditelebrasil, as despesas de migração das bandas poderiam alcançar até R$ 7,7 bilhões, enquanto o custo de convivência seria bem mais baixo, de R$ 455,7 milhões. As emissoras de TV, no entanto, contestam o valor e estimam a máxima de R$ 2,9 bilhões para mudar para a banda Ku.
O leilão de frequências para o 5G estava inicialmente previsto para março de 2020, mas, com os pedido de vistas e alterações burocráticas, o edital ainda não foi finalizado e a licitação deve atrasar.
Governo decide que 5G irá conviver com TV aberta via satélite
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