Uma série de mudanças propostas para o leilão de 5G trouxe maior insegurança para as operadoras quanto ao processo de licitação. Executivos da TIM e da Vivo temem que o modelo sugerido pelo conselheiro Vicente Aquino, da Anatel, exija mais gastos das operadoras nacionais.
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O presidente da Vivo, Christian Gebara, afirmou durante a feira de telecomunicações Futurecom que o leilão não pode ter viés arrecadatório; e precisa ter objetivos de cobertura factíveis e realistas com as necessidades e lotes de espectro exigidos pela tecnologia.
A proposta de Aquino regionaliza as licenças: várias frequências deixariam de ser vendidas em um bloco nacional para serem fatiadas entre 14 regiões. Além disso, espectros das faixas de 2,3 GHz em diante sofreriam divisão para lotes de 10 MHz. Em tese, a medida viabilizaria novas operadoras regionais, mas Gebara diz que a licitação precisa também possibilitar a operação das que possuem cobertura nacional.
Gebara afirma que a necessidade de largura espectral em 3,5 GHz é de no mínimo 80 MHz, e que blocos de 10 MHz são insuficientes para o 5G, que necessita de uma frequência contínua, não repartida.
Já o presidente da TIM, Pietro Labriola, teme que a fragmentação possa atrair investidores financeiros. A divisão do espectro em fragmentos de 10 MHz criaria blocos pequenos, que especuladores poderiam comprá-los para depois revendê-los para as operadoras. Isso seria possível porque a Anatel aprovou o novo modelo de espectro que viabiliza o mercado secundário, em que uma empresa pode vender a licença para outra. Assim como o leilão de 5G, as regras para o mercado secundário ainda não estão estabelecidas.
Vivo continua sem pressa para o leilão do 5G
Com a tecnologia e o modelo de leilão incertos, a Vivo continua sem pressa para que o processo aconteça. Gebara afirmou que não se importa com um eventual atraso para a realização da licitação se isso trouxer maior segurança aos investimentos. É possível que o evento só aconteça no final de 2020, tanto por conta da proposta do conselheiro como por eventuais interferências com TV aberta via satélite.
Das quatro grandes operadoras, a Vivo é a única que não apresentou publicamente um teste com a tecnologia 5G. A Claro experimenta a tecnologia na Futurecom e fez uma apresentação musical utilizando hologramas transmitidos pela rede; a Oi já fez testes com 5G em Búzios e no Rock in Rio; por fim, a TIM já instalou a tecnologia em alguns municípios e terá uma degustação pública em lojas de diversas cidades brasileiras.
Com informações: Teletime, [2].
TIM e Vivo se preocupam com gastos no leilão do 5G
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