O presidente Jair Bolsonaro está em visita oficial à China, e declarou nesta sexta-feira (25) que não se posicionará no momento sobre a disputa comercial envolvendo os EUA. Ele teve conversas particulares com o presidente americano Donald Trump sobre a Huawei, e afirmou que o Brasil vai priorizar as melhores ofertas no leilão do 5G.
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Trata-se de uma situação delicada: o governo brasileiro não quer irritar os EUA, mas não quer afastar a Huawei do país. A empresa fabricou 70 mil das 86 mil antenas de rádio em operação no Brasil; e responde por dois terços das antenas 5G fora da China.
No início da semana, Bolsonaro disse que o tema do 5G “não está no meu radar”, e que os chineses conversaram apenas com o vice-presidente Hamilton Mourão sobre isso. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, o assunto não entrou na agenda dos encontros bilaterais em Pequim.
Então, nesta sexta-feira, Bolsonaro disse à Folha que o país vai esperar pela melhor oferta no leilão do 5G, a ser realizado em 2020, pois “não podemos ficar atrás da tecnologia”. Ele completou afirmando que “o Brasil sempre primou por buscar o comércio e não ferir suscetibilidades”. O presidente também revelou que teve uma conversa particular com Trump sobre a Huawei, sem entrar em detalhes.
EUA divulgam riscos sobre 5G ao Brasil
Wilbur Ross, secretário de Comércio dos EUA, contou em agosto ao Valor que ofereceu informações “reservadas” e “sensíveis” ao governo brasileiro sobre os riscos do 5G, sem mencionar empresas como a Huawei. “O Brasil tem boa tecnologia e tem condições de descobrir por si próprio onde estão os riscos.”
Para ele, todos os países devem ficar “muito, muito atentos sobre quem é o vendedor [de tecnologias 5G], quais são as implicações, quais são os relacionamentos do vendedor que podem ter efeito negativo”.
De acordo com o secretário, “existe uma lei na China que obriga empresas privadas a cooperar com os serviços militares e de inteligência, mantendo em segredo o nível de cooperação”.
Yang Wanming, embaixador da China no Brasil, rebateu dizendo que essa lei não existe: “tais palavras são totalmente desfundamentadas e inventadas… esses comentários visam lançar calúnias sobre produtos chineses alegando riscos de segurança, e atrapalhar a cooperação econômica-comercial normal entre a China e demais países”.
O embaixador disse recentemente, sobre a licitação do 5G no país, que “a Huawei não será banida”. A empresa detém o maior número de patentes 5G no mundo.
Bolsonaro comenta 5G no Brasil e não se posiciona em disputa EUA x China
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