A Alexa estreou no Brasil em 2019 com três modelos de Amazon Echo. O mais diferente é o Echo Show 5, que conta não apenas com um alto-falante de 4 watts, mas também uma tela sensível ao toque de 5,5 polegadas para mostrar letras de músicas, séries do Prime Video e outras informações visuais da assistente pessoal da Amazon.
Por R$ 599, será que vale a pena comprar um Echo Show 5? A Alexa está funcionando bem no Brasil? E para que serve esse negócio, afinal de contas? Eu estou usando a tela inteligente da Amazon há um mês e conto minhas impressões nos próximos minutos.
Análise da Alexa no Amazon Echo Show 5 em vídeo
Design, tela e som
O Echo Show 5 é o mais compacto do trio de telas inteligentes da Amazon. Em outros países, também existe o Echo Show 8 (com tela de 8 polegadas) e o Echo Show de 2ª geração (com tela de 10 polegadas). A frente do modelo menor é do tamanho de um celular e pode funcionar como um rádio-relógio de luxo ao lado da cama, ou ainda como uma opção de entretenimento na cozinha.
A tela de 5,5 polegadas do Echo Show 5 tem um nível de qualidade similar ao de um smartphone de entrada. É um painel LCD com resolução de 960×480 pixels, que não impressiona pela definição, cores ou ângulo de visão, mas que é boa o suficiente para o que o dispositivo se propõe a fazer. O brilho é controlado automaticamente e, quando o ambiente estiver escuro, a tela fica quase como se estivesse desligada, para não incomodar seu sono.
A moldura em volta do display reúne os botões para diminuir ou aumentar o volume, além de outro para silenciar o microfone. Por questões de privacidade, o Echo Show 5 tem ainda uma proteção física que cobre a câmera nos momentos em que você estiver fazendo algo… confidencial no quarto. Essa lente serve para fazer chamadas em vídeo com outros Echo Show ou com pessoas que tenham o aplicativo da Alexa no celular.
O alto-falante é coberto com tecido e tem um som satisfatório. Fica bem atrás do Echo Plus (cujo sistema de áudio foi integrado ao novo Echo de 3ª geração) e praticamente no mesmo nível do Echo Dot (R$ 349), o modelo mais acessível da Amazon no mercado brasileiro. Os médios são claros e o volume é alto o suficiente para você entender bem as respostas em voz da Alexa e os conteúdos em áudio, como notícias, mesmo em ambientes barulhentos.
Para ouvir música, o Echo Show 5 funciona de forma aceitável, desde que você não seja muito exigente. Com o volume em até 60%, o que me parece suficiente para cobrir um cômodo médio (de 10 a 15 m2), a definição é boa e os vocais são claros, mas os graves não têm muita extensão; existe uma certa ênfase nos médio-graves, o que me causa uma sensação de áudio congestionado e sujo.
Já com o volume acima de 70%… bem, você não vai querer escutar músicas nesse nível. Os graves fracos e a distorção nos agudos se sobressaem, prejudicando a experiência. Não é ruim para uma caixinha desse tamanho, mas poderia ser melhor.
Alexa em português do Brasil
Mas o mais importante é o que está dentro do Echo Show 5. A Alexa não é exatamente nova no Brasil — ela estava sendo testada com milhares de clientes desde o final de 2018, em todas as regiões do pais, para entender sotaques diferentes e palavras regionais. Só que teste é uma coisa; produto final é outra. E como anda a Alexa em português do Brasil? Não é perfeita, mas também não é ruim.
A Alexa brasileira tem uma voz natural, entende bem os comandos e conseguiu responder a quase todas as perguntas durante os meus testes. Claro que a Amazon se preocupou em colocar besteirinhas na Alexa: ela pode cantar músicas próprias e hinos de times de futebol, contar piadas (não muito engraçadas) e imitar famosos, como Galvão Bueno e Silvio Santos (aliás, a skill do Show do Milhão é ótima).
A parte útil da Alexa é boa, mas eu sinto que ela fala demais — o Google Assistente costuma ser mais direto nas respostas, sem repetir parte das questões. Quando pergunto sobre a previsão do tempo amanhã, é desnecessário começar com “a previsão do tempo para amanhã em São Paulo é…”, ainda mais em um dispositivo que já possui uma tela.
A assistente da Amazon também é muito insegura: quando estou indo dormir por volta das 22h e digo “Alexa, me acorde amanhã às seis”, ela retorna “Às seis da manhã ou da noite?”. Ora, qual o sentido de ligar um alarme para 18h nessas condições? Nem a Siri, que está longe de ser a assistente mais inteligente do mundo, faz esse tipo de pergunta.
O mesmo acontece com dispositivos inteligentes. Na pergunta “Alexa, apague a luz”, o retorno sempre é “Você quis dizer: lâmpada do quarto?”. Só existe uma lâmpada inteligente instalada na casa inteira, então a resposta não poderia ser mais óbvia. Pelo menos, no caso do Echo Show 5, a função de controlar os dispositivos na tela funciona bem — dá até para ajustar o brilho da lâmpada por meio de uma barra deslizante.
Apesar das inconsistências da Alexa em português, que devem ser sanadas com o tempo, o ecossistema da Amazon já começou forte no Brasil. As principais marcas de eletrônicos têm integração (como Positivo, Bose, Sony, LG, Intelbras, JBL, iRobot e Philips Hue), assim como os serviços mais usados (Uber, iFood e Bradesco) e as plataformas de música (Amazon Music, Apple Music, Deezer e Spotify).
Só existe uma ausência notável para um Amazon Echo com tela: o YouTube. Sim, dá para assistir às suas séries no Amazon Prime Vídeo — mas a maioria dos vídeos “rápidos” que você vê no dia a dia provavelmente estão no serviço do Google. De qualquer forma, as inúmeras parcerias nas outras áreas ajudam a explicar por que a Amazon é líder nesse mercado, e é bom ver que esse ponto forte foi trazido para o Brasil.
Vale a pena?
Os alto-falantes inteligentes entram na mesma categoria das lâmpadas conectadas ou das máquinas de lavar que podem ser controladas pelo celular: são produtos supérfluos, que tornam o dia a dia mais prático, mas que de forma alguma são essenciais ou vão mudar sua vida drasticamente. Dito isso, o Echo Show 5 é uma boa opção de compra, dependendo das suas necessidades.
O hardware em si é “bom o suficiente”. O som não é o melhor do mundo, mas é decente; a tela tem qualidade satisfatória para ler as informações da Alexa; e o desempenho para a interface gráfica é suficiente para o que o Echo Show 5 se propõe a fazer. Ele só não deve atender aos que são mais exigentes em qualidade sonora — nesse caso, é melhor partir para o Echo de 3ª geração (R$ 699), sem tela embutida, com foco em música.
Já a Alexa precisa de refinamentos, mas está no caminho certo. É impossível listar tudo o que ela pode fazer — se você quer saber se ela faz isso ou aquilo, é melhor baixar o aplicativo da Alexa no celular e perguntar. As parcerias da Amazon no Brasil são boas, e a quantidade de skills que surgiram em menos de um mês de lançamento mostram que o ecossistema ganhou o apoio da comunidade.
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Amazon Echo Show 5: uma Alexa com telinha
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