Disponível em versões com 2 GB e 4 GB de RAM, o Moto E6 Plus é um dos celulares mais baratos que a Motorola disponibiliza no Brasil na linha 2019, mas nem por isso ele é considerado ultrapassado. Será mesmo?
Bom, o modelo traz alguns recursos que caracterizam smartphones atuais, como tela de 6,1 polegadas com notch para melhorar o aproveitamento do espaço frontal e mais de uma câmera na traseira. Por outro lado, ele vem com um chip MediaTek Helio P22 e bateria com meros 3.000 mAh.
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Será que, com essas características, o Moto E6 Plus vale a pena? Eu usei o aparelho por alguns dias — na versão com 4 GB de RAM — e conto tudo o que descobri sobre ele a partir de agora.
Análise do Motorola Moto E6 Plus em vídeo
Design
No visual, o Moto E6 Plus mudou consideravelmente em relação à geração anterior. O “calombo” que abrigava as câmeras na traseira, por exemplo, foi aposentado (finalmente?). Esse detalhe faz o modelo lembrar um pouco o Moto One Vision ou mesmo o Moto One Action.
Os sensores de câmera agora ficam alinhados no canto esquerdo superior, o que permitiu à Motorola deixar o leitor de digitais mais alto. Seria mais prático, porém, se o componente tivesse sido mantido mais abaixo para facilitar o alcance do dedo.
A unidade testada aqui tem uma traseira com superfície metálica que é muito bonita quando vista “ao vivo”. Mas não se deixe enganar: a tampa é de plástico, transmite sensação de fragilidade e fica marcada de dedos muito facilmente — a boa notícia é que a Motorola incluiu uma capinha de silicone na embalagem do produto.
Embora a aparência apresentável faça o Moto E6 Plus carregar um ar de modernidade, ele traz algumas características já um tanto batidas, como porta micro-USB em vez de USB-C e tampa traseira removível.
Ao tirar a traseira — há uma ranhura na lateral direita para isso, mesmo assim, a remoção da tampa não é exatamente fácil —, você se deparará com a bateria de 3.000 mAh, um slot para chip nano-SIM (que só pode ser acessado se a bateria for removida) e outro para micro-SIM que fica bem ao lado da entrada para microSD.
Outra característica clássica que foi mantida é a conexão para fones de ouvido. Mas essa é bem-vinda, certo?
Tela
Com painel IPS de 6,1 polegadas, resolução HD+ (1560×720 pixels) e notch em forma de gota, a tela é, provavelmente, o ponto forte do Moto E6 Plus. Ela não tem nada de especial, mas oferece boa experiência de uso, ao menos se levarmos em conta a categoria do aparelho.
As cores têm vivacidade aqui e o brilho máximo, apesar de não ser dos mais intensos, permite que o conteúdo da tela seja minimamente “enxergável” quando você estiver na rua durante um dia claro, por exemplo. Ah, o brilho automático funciona bem: admito que acho divertido ver a barra de intensidade se mover sozinha quando jogo luz sobre o smartphone.
Como todo painel LCD, há alguma perda de tonalidade quando a tela é visualizada sob ângulos variados, mas não é nada que prejudique a visualização de fotos, vídeos ou outros tipos de conteúdo.
O detalhe mais interessante é que o aproveitamento do espaço frontal melhorou. É verdade que a tela do Moto E6 Plus tem uma borda inferior avantajada, mas, mesmo com esse “queixo”, a experiência de uso é melhor do que a oferecida pelo Moto E5 Plus.
A resolução é que poderia ser mais generosa. Dá para notar alguma perda de detalhamento em alguns vídeos, por exemplo. Mas algo maior do que HD+ na linha Moto E seria querer demais, né?
Software
Android 10? Não, o Moto E6 Plus vem com o Android 9 Pie. Mas, apesar de essa não ser a versão mais recente, o sistema operacional está bastante fluído aqui. Em um celular com hardware mediano, isso soma muitos pontos.
A Motorola não fez mudanças agressivas na interface e não encheu o aparelho de aplicativos duvidosos. Na verdade, o Android é quase puro no Moto E6 Plus.
Porém, devo admitir que senti falta do app Moto. Com ele, é possível configurar recursos como os já clássicos Moto Tela e Moto Ações — gosto muito da função que permite acionar a lanterna simplesmente agitando o smartphone, por exemplo. Pois bem, esses recursos estão ausentes aqui.
Câmeras
Eu peguei o Moto E6 Plus para testar sem grandes expectativas com relação às câmeras, mas não é que elas me convenceram? De novo, se considerarmos a categoria do dispositivo.
A câmera frontal tem 8 megapixels e abertura f/2,0. A traseira traz um sensor de 13 megapixels e abertura f/2,0 na câmera principal e outro de 2 megapixels para efeitos de profundidade. Comecemos por essa dupla.
As câmeras traseiras conseguem registrar fotos com níveis bem controlados de ruído e definição. O pós-processamento é equilibrado o suficiente para evitar que áreas cheias de detalhes fiquem exageradamente degradadas e, ao mesmo tempo, é eficiente em eliminar os granulados que aparecem em pontos de sombra.
As cores também são bem realistas. Não há excesso de saturação, muito menos perca de vivacidade. Ou melhor, quase não há: mesmo em ambientes claros, as fotos podem parecer um pouco escuras.
Não chega a ser uma imperfeição que compromete a qualidade da foto, mas, se esse detalhe incomodar, é possível deixar a imagem mais clara (ou escura, se for o caso) no botão de focagem do app da câmera.
Outro detalhe que não passou batido nos meus testes: o modo HDR cumpre bem a função de deixar os elementos da cena mais definidos. É nesse processo que a foto pode causar a impressão de ter ficado um pouco menos iluminada, mas, no geral, os resultados são bons.
Para quem curte o modo retrato, a segunda câmera não decepciona: ela consegue ajudar o Moto E6 Plus a desfocar o plano de fundo com precisão. Às vezes — e somente às vezes —, a focagem do elemento em primeiro plano demora alguns segundos, mas o importante é que os resultados quase sempre agradam já na primeira tentativa.
Na frente, a câmera frontal, com seus 8 megapixels, também mostra serviço. As selfies têm definição, coloração e luminosidade decentes em primeiro plano, sem surpresas desagradáveis no pós-processamento. Também é possível desfocar o fundo aqui e, embora esse ajuste seja feito por software, o desfoque é coerente na maioria das vezes.
Hardware e bateria
Não que alguém esperasse o contrário, mas o Moto E6 Plus está longe de ser a melhor opção para jogos pesados. Com eles, você pode notar pelo menos duas limitações: certa demora no carregamento do game e redução da taxa de frames com alguma frequência, mesmo quando as configurações gráficas estiverem no médio ou automático. Foi o que eu pude notar ao rodar Asphalt 9: Legends e Breakneck.
Tirando os softwares exigentes, o Moto E6 Plus dá conta de tudo: Chrome, Netflix, Instagram, Google Maps, Spotify, Twitter e vários outros aplicativos que são comuns no dia a dia rodaram numa boa.
A alternância entre os apps é feita sem demora ou fechamentos inesperados, como tem que ser. O único problema é que um ou outro pode demorar mais que o esperado para carregar — mas ele carrega.
Para um aparelho que vem com o MediaTek Helio P22, um processador que não tem muito fôlego, o resultado não chega a ser ruim, não. Os 4 GB de RAM da unidade que aparece neste review certamente ajudam — não testei a versão de 2 GB, mas desconfio da performance dela.
A capacidade de armazenamento de dados da versão avaliada aqui é de 64 GB, vale dizer.
O que pode incomodar é a bateria. 3.000 mAh é pouco, a ser que você limite bastante o uso do smartphone. Para testar o componente, rodei três horas de vídeo via Netflix e brilho máximo na tela, joguei Asphalt 9: Legends por 15 minutos, ouvi Spotify por uma hora via alto-falante, usei Chrome e apps de redes sociais por uma hora e meia, e finalizei com uma chamada de dez minutos.
Comecei pela manhã, com a bateria em 100%, e fui fazendo os testes no decorrer dia. Por volta das 22:00, o Moto E6 Plus tinha cerca de 25% de carga. Para as atividades testadas, o ideal seria algo em torno de 40%.
Como de hábito, aproveitei os testes de bateria para avaliar o áudio. Nada de impressionante aqui. O som tem bom volume, mas às vezes soa um tanto abafado, por isso, use e abuse dos seus fones de ouvido (o celular vem com fones intra-auriculares na embalagem).
O Moto E6 Plus vale a pena?
Vale, sim, mas com duas considerações importantes: 1) soa óbvio, mas o Moto E6 Plus não é ideal para usuários exigentes; 2) mesmo para quem se enquadra no perfil de uso dele, recomendo fortemente a versão com 4 GB de RAM em vez da de 2 GB.
Isso porque a diferença entre essas duas versões é de apenas R$ 100 (considerando os valores oficiais, sem desconto): enquanto a versão com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento sai por R$ 899, o Moto E6 Plus de 4 GB + 64 GB tem preço sugerido de R$ 999.
É verdade que, em ambos os casos, os valores são altos para um smartphone de entrada. Mas, se levarmos em conta que o Moto E6 Plus têm uma tela interessante, vem com câmeras decentes e que o varejo já o oferece com descontos significativos, a relação custo-benefício acaba não sendo tão prejudicada assim.
O Moto E6 Plus está longe da perfeição. A aparente fragilidade do acabamento e a autonomia da bateria descontam muitos pontos. Mesmo assim, esse me pareceu ser o modelo mais equilibrado de toda a linha Moto E.
Por conta disso, acredito que quem possuir um perfil de uso que corresponde à proposta de entrada do aparelho e conseguir encontrá-lo com um bom desconto — eu não pagaria mais de R$ 850 por ele — não estará fazendo mau negócio.
Especificações técnicas
- Bateria: 3.000 mAh;
- Câmera frontal: 8 megapixels, abertura f/2,0;
- Câmeras traseiras: 13 megapixels (f/2,0) + 2 megapixels (f/2,0)
- Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11n, GPS, Glonass, Galileo, Bluetooth 4.2, micro-USB, rádio FM;
- Dimensões: 155,6 x 73,1 x 8,6 mm;
- GPU: PowerVR GE8320;
- Memória externa: suporte a cartão microSD de até 512 GB;
- Memória interna: 32 GB ou 64 GB;
- Memória RAM: 2 GB ou 4 GB (versão testada);
- Peso: 150 gramas;
- Plataforma: Android 9.0 Pie;
- Processador: octa-core MediaTek Helio P22 de 2,0 GHz;
- Sensores: proximidade, acelerômetro, luminosidade, leitor de impressões digitais;
- Tela: IPS LCD de 6,1 polegadas com resolução de 1560×720 pixels (HD+) e proporção 19,5:9.
Motorola Moto E6 Plus: o smartphone básico que evoluiu
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