A GoPro passou anos reinando quase que sozinha no mercado de câmeras de ação, com concorrência vez ou outra da Sony, que também manja deste tipo de produto – só que sem a mesma versatilidade das GoPros.
Ela é a DJI Osmo Action, que é basicamente uma GoPro Hero 7 Black com proteção mais chamativa na lente e com um recurso que faz qualquer vlogger pirar: uma tela de verdade na frente, mesmo que bem pequena, com 1,4 polegada de tamanho. Eu passei as duas últimas semanas com ela no bolso e levei para uma viagem pra Santos, num final de semana chuvoso, mas que deu pra sentir se ela é ou não a primeira concorrente de peso que chega perto da GoPro.
Análise da DJI Osmo Action em vídeo
Por fora, quase que uma GoPro
Se você olhar por fora, até mesmo pela caixa que segura a DJI Osmo Action, toda semelhança do mundo aparece quando comparada com a GoPro. A câmera da DJI tem o mesmo formato, a lente fica no mesmo local (só que no lugar de quadrada ela é redonda), a tela frontal também fica no mesmo ponto, na traseira também fica uma tela que ocupa quase que tudo lá atrás e até o case utiliza o mesmo padrão de parafuso para prender nos mesmos acessórios da GoPro.
As diferenças são interessantes e chamam mais atenção pra Osmo Action, com uma solução engenhosa para um grande dilema das GoPros. Começando, a tela frontal deixa de ser apenas um atalho pra mostrar qual modo está acionado e quanto tempo de gravação tem, pra ser uma tela de verdade. Basta segurar o botão QS que a imagem gira e vai pra frente
É mais do que o suficiente pra poder gravar um passeio, com você aparecendo e saber se tudo está enquadrado ou não. Além de ser menor, ela não tem controles por toque, então tudo precisa ser ajustado do outro lado para, só depois conferir na frontal. Isso não chega a ser um problema.
Outra mudança, que pode ser positiva ou ser apenas neutra, é na porta da bateria. No lugar de ter uma portinha que abre e dá acesso ao componente, a DJI colocou algo semelhante ao que faz com todos os seus drones: a bateria tem sua própria tampa e, agora sim algo bem positivo, ela mostra se não está bem trancada.
São duas trancas, com desenhos bem específicos de qual é a ordem das travas. Se alguma delas estiver com cor diferente de todo o restante da carcaça, é só dar uma apertada e tudo se encaixa. Eu acho que é positivo por ser mais lúdico, mas pode ser negativo por colocar mais passos e isso acaba entregando uma curva de aprendizagem maior. A autonomia dela é ruim e isso vale pra GoPro também.
Dá pra filmar em 4K por mais ou menos uma hora em ambas as câmeras, mas a DJI Osmo Action vai um pouco além e segura mais minutos por não ter GPS – se localização da gravação for limitador pra você, já anote nos pontos negativos.
Até na proteção contra água a DJI resolveu mostrar serviço e pode descer até 11 metros de profundidade, contra 10 da GoPro e ambas fazem isso sem precisar de case específico. Toda a parte externa é vedada e isso vale até pra água do mar.
Mesmo com toda a vedação necessária para um mergulho, a Osmo Action tenta resolver um dos principais problemas de câmeras pequenas: o calor. Todo mundo que já utilizou alguma geração de GoPro sabe que uma câmera tão pequena assim tem um problema enorme que é fazer o calor gerado sair.
A DJI colocou uma abertura na frente, logo abaixo da lente e que faz o papel de permitir maior troca de calor com o ambiente externo. Não há ventoinha e a troca é feita de forma passiva, mas já é um alívio saber que o superaquecimento vai levar mais tempo pra chegar por aqui. Se você fizer um mergulho, melhor ainda.
A tela traseira tem formato em 16:9 e os menus ficam espalhados de forma semelhante ao app que controla os drones. Os botões de controle permitem ajustes manuais em ISO e um tanto de coisas, que podem ser configuradas em presets que podem ser ativados rapidamente com o botão QS, quando apertado apenas uma vez. Curti.
Ah, a DJI Osmo Action tem comandos por voz, mas que entendem apenas inglês e chinês.
Vamos para as imagens
Uma câmera é feita pra filmar e faz fotos de vez em quando, e nisso a Osmo Action não ficou pra trás da concorrência. Ela consegue fazer vídeos em 4K e 2,7K com 60 quadros por segundo, Full HD e 720p com até 240 quadros, além de tirar fotos de até 12 megapixels e já vir com modo de câmera lenta por padrão, algo que a GoPro não tem. Tudo isso pode ser estabilizado e o nome do recurso é chique: RockSteady, mas ele tem limites.
Em 4K com 60 fps tudo fica firme, mas em 1080p a estabilização eletrônica só funciona se o vídeo for feito com 60 quadros por segundo ou menos. Outra limitação é que se você ativar o modo HDR em vídeo, terá limitação nos quadros pra 30 fps em qualquer resolução e a estabilização sempre fica desligada.
Falando nela, eu senti que o estabilizador é bem generoso na hora de aliviar tremedeiras como o patinete elétrico que anda em um piso liso (que as vezes não é) e no de mosaico português, que são as pedrinhas pequenas. Ele não faz mágica, mas eliminou bastante coisa e chegou perto do que um gimbal mecânico faria. O mesmo vale até pra pequenas corridas, que mesmo sendo gordo, eu tentei e consegui.
O curioso é que quando ativada, a estabilização coloca um delay na tela da câmera e a prévia do que é gravado leva coisa de quase um segundo e meio entre a movimentação da câmera e a imagem seguir o que foi feito.
As imagens contam com as bordas mais curvadas da mesma forma como a GoPro faz, que é o efeito de lente olho de peixe. Se você ativar a estabilização, vai cropar um pouco deste efeito. No final o resultado é bacana, cores aparecem com facilidade e não ficam perdidas, mas eu senti que o perfil de cores da GoPro é mais quente – a diferença é pequena, mas tá lá.
Em boa iluminação tudo funciona bem, mas de noite a coisa fica complicada e a estabilização borra a imagem. Ela deixa sim a luz entrar sem dificuldades, mas granulado fica muito visível e as luzes pintam a cena – isso pode ser misto de maior tempo de abertura e estabilizador tentando resolver a tremedeira. Do outro lado da concorrência, a GoPro faz a mesma coisa.
Em fotos a lente olho de peixe fica ainda mais visível, as cores ficam mais saturadas (o que eu gosto) e de noite o granulado fica ainda mais perceptível. A parte bacana é que o tempo entre apertar o botão pra fotografar e a animação de “ok, já tirei a foto” é menor do que na GoPro.
Vale a pena?
A Osmo Action tem quase tudo que uma GoPro tem, permite até mesmo usar o mesmo plugue de parafuso que a concorrente, parece lidar melhor com o calor e mergulha um metro de profundidade extra. Junto disso ela foi lançada no Brasil por R$ 2.299, que é R$ 300 mais barata do preço de lançamento da GoPro Hero 7 Black.
Se você não faz questão da infinidade de acessórios que encaixam na GoPro, ou então do comando de voz em português, a Osmo Action é uma escolha mais bacana. Como a GoPro Hero 7 Black já está no mercado a mais tempo, o varejo já colocou algumas promoções e dá pra encontrar a câmera por menos, então vale a pena ficar de olho e ter em mente que as duas entregarão basicamente os mesmos resultados no final das contas.
Especificações técnicas da DJI Osmo Action
- Bateria: 1.300 mAh (removível)
- Conectividade: USB-C 3.0, Wi-Fi a/b/g/n/ac e Bluetooth 4.2
- Dimensões: 65x42x35 mm
- Estabilização: digital (RockSteady)
- Lente: grande angular com campo de visão de 145 graus e abertura f/2,8
- Memória externa: suporte para cartões microSD de até 256 GB
- Peso: 124 gramas
- Resistência à água: até 11 metros (sem case)
- Resolução de foto: 12 megapixels
- Resolução de vídeo: 4K 60 fps, 2,7K 60 fps, 1080p 240 fps e 720p 240 fps (H.264)
- Sensor de imagem: CMOS 1/2,3 polegada
- Tela: LCD sensível ao toque de 2,25 polegadas com resolução de 640×360 pixels; display frontal de 1,4 polegada e densidade e 325 pixels por polegada
DJI Osmo Action: preocupação de peso para a GoPro
DJI Osmo Action: preocupação de peso para a GoPropublicado primeiro em https://tecnoblog.net
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