Você com certeza já ouviu falar sobre jiu-jítsu, mas talvez não tenha a exata noção do que é e de qual é o seu significado no universo do esporte. Para começo de conversa, o jiu-jítsu é considerado uma arte marcial – assim como Boxe, Capoeira, Judô, Karatê, Kung Fu, Muay Thai, Taekwondo, entre outras –, ou seja, é uma prática física e mental que usa a filosofia e os movimentos de defesa pessoal advindos de técnicas de combate de guerra, neste caso, mais especificamente, dos guerreiros japoneses. Então, podemos dizer que o jūjutsu (em japonês) é, sim, uma luta, porém baseada em gestos extremamente estratégicos.
As origens do jiu-jítsu
Não há documentos certeiros sobre como, onde e quando, de fato, surgiu o jiu-jitsu, mas sabe-se que é secular; foram encontrados registros de lutas com estilos muito semelhantes em países como Índia e China, entre os séculos III e VIII. Mas sua evolução se deu, sem dúvida alguma, no Japão, em seu período feudal, dentro das escolas de samurais. E se analisarmos a interpretação do nome, podemos chegar à conclusão que, na época, a luta era uma necessidade e fazia todo o sentido.
Ju quer dizer “suavidade”, “brandura” e “flexibilidade”, enquanto jutsu tem o sentido de “arte” e “técnica”, daí o termo “Arte Suave” como conhecemos. Em um combate, os lutadores podem ser desarmados e acabar precisando lutar com as próprias mãos para sobreviver. Mas levando em consideração que todos estariam com armaduras, o melhor era saber lutar de maneira inteligente, priorizando técnica e movimentos de estratégia, precisos e rápidos, em vez de usar a força. Por isso, podemos observar golpes de alavancas, torções e pressões que ajudem a levar à dominação do oponente mais facilmente.
No Brasil, o jiu-jitsu foi introduzido pelo japonês Mitsuyo Maeda, mais conhecido como Conde Koma, em 1914, e difundido mais tarde pelos irmãos Carlos e Hélio Gracie. Carlos era aluno de Maeda e queria que seu irmão Hélio aprendesse a se defender, uma vez que tinha o biotipo muito fraco e saúde frágil. A ideia era usar a força do oponente contra ele mesmo para neutralizar e imobilizar seus movimentos. Para isso, o ideal era que conseguisse levar o adversário ao chão, permanecendo menos tempo possível de pé. Essa técnica desenvolvida pelos brasileiros é a maior diferença para o jūjutsu tradicional. Após ser colocado em prática por meio do MMA, na década de 1990, o estilo acabou se tornando conhecido mundialmente como Brazilian Jiu-Jitsu.
Jiu-jítsu como defesa pessoal
Foi justamente após esse período em que tomou proporção no Ultimate Fighting Championship (UFC) que a luta se sagrou ainda mais como sinônimo de defesa pessoal. Embora tenhamos falado aqui que o intuito seja imobilizar e levar ao chão, a missão do adversário é justamente se defender e continuar de pé. Para isso, saber manter bem a sua própria base (pés e pernas) e ter o controle sobre a distância até o outro competidor são conceitos fundamentais. E se, no meio do combate, o lutador vier a cair, é indispensável que mantenha as costas no chão e saiba levantar com segurança, para que não seja golpeado novamente.
Inclusive, a tese de que o jiu-jitsu é uma das técnicas de defesa pessoal mais eficiente do mundo foi comprovada pelos brasileiros da família Gracie, quando decidiram fazer um evento de artes marciais mistas. Funcionava assim: era convidado um atleta faixa preta de cada modalidade para testar qual seria a melhor das artes. E foi assim que começou o movimento de “vale-tudo” por aqui.
Jiu-jítsu não é apenas uma questão de força
Com tudo o que vimos aqui neste artigo, já deu pra entender que o brazilian jiu-jitsu está longe de estar relacionado à força, né? É claro que é necessário o mínimo de esforço para realizar os movimentos, mas o que realmente está em jogo é foco e técnica para realizar golpes ágeis e certeiros, desarmando e finalizando o oponente. A ideia é mesmo praticar o conceito de awareness, ou seja, estar o tempo todo consciente e atento aos gestos para tentar se “blindar”, se defender.
As estratégias e lições do jiu-jítsu
Então, mais que uma arte, o jiu jitsu pode ser considerado uma filosofia, um estilo de vida. O esporte consegue ensinar estratégias que acabam por se tornar lições valiosas, como usar menos força bruta e mais técnica e inteligência; observar e aprender sempre; usar o golpe do outro a seu favor; não gastar mais energia do que precisa; e relaxar a mente, mas nunca o corpo.
Por essas e outras táticas do jiu jitsu, é comum ouvir de lutadores que a prática melhorou vários aspectos da sua rotina, como coordenação, concentração, confiança e, mais que isso: não importa o que aconteça, você sempre deve se levantar e continuar. E não é assim mesmo que todos nós deveríamos encarar a vida?
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