A Sony X955G é o último passo antes dos televisores OLED e com resolução 8K da fabricante japonesa. Em 2019, o modelo representa o que a marca pode oferecer de melhor em qualidade de imagem para um painel 4K LCD, com a ajuda de tecnologias para melhorar o contraste, aumentar o brilho e até dar uma caprichada a mais no som.
É claro que isso tem um custo. A X955G é ainda mais cara que sua antecessora, a X905F, com preço sugerido de R$ 11.299 na versão de 65 polegadas, podendo chegar ao valor de um carro popular nos tamanhos maiores. Será que vale a pena gastar tudo isso? Eu assisti a dezenas de horas de conteúdos na TV premium da Sony e conto minhas impressões nos próximos minutos.
Análise em vídeo da TV 4K Sony X955G
Design, conexões e controle remoto
O design da X955G é bem caprichado. A Sony não inventou nada mirabolante: foi pelo caminho seguro e usou materiais de boa qualidade, colocando pés de metal, bordas finas que lembram aço escovado e uma traseira de plástico fosco com uma faixa com acabamento brilhante para estampar a marca Bravia.
As conexões estão concentradas do lado esquerdo e são bem localizadas. A Sony incluiu duas portas USB, uma entrada HDMI e até uma saída de áudio analógica na lateral, tornando o acesso mais prático para quem instala a TV na parede. Na traseira, existem mais três HDMI (uma delas com retorno de áudio) e uma USB 3.0, mais rápida que as entradas laterais. Os cabos podem ser fixados nas canaletas escondidas na base.
O controle remoto da Sony continua grandalhão e cheio de botões, mas está mais fino e bem acabado, com uma tintura metálica. Uma vez conectado por Bluetooth, você pode dar comandos de voz para o Google Assistente por meio do microfone integrado, controlar a mídia com botões dedicados de reprodução e abrir rapidamente os aplicativos do Google Play e da Netflix.
Qualidade de imagem
A X905F de 2018 tinha uma qualidade de imagem excelente para um painel LCD e nada mudou no modelo novo. O brilho é um dos mais altos que eu já vi em um televisor, o que permite uma experiência excepcional mesmo em ambientes muito iluminados. Se o controle automático de brilho for desativado, é quase insuportável assistir à X955G durante a noite, tamanho o poder da tela.
Uma tela LCD não consegue atingir o preto perfeito de uma OLED, mas a X955G chega bem perto disso. A Sony implantou uma tecnologia de local dimming completo (FALD) que funciona bem, escurecendo certas regiões da imagem sem prejudicar o brilho do quadro inteiro. Em conteúdos reais, também não percebi névoas ou imperfeições existentes em esquemas de local dimming mais simples. Com preto profundo e brilho forte, o resultado é um contraste para ninguém botar defeito.
A uniformidade de preto é ótima e o volume de cores é excelente, não deixando nenhum color banding perceptível mesmo em testes sintéticos. Quem joga também deve ter uma boa experiência: as TVs da Sony não costumam ter input lag baixo, mas a latência da X955G ficou em torno dos 20 milissegundos nos meus testes em Full HD no modo de jogo, o que é uma marca muito boa.
Já o ângulo de visão foi apenas razoável, nada melhor do que outras TVs do mesmo segmento com painel do tipo VA, de modo que, se você tem uma sala de estar maior, as pessoas sentadas nos cantos verão uma imagem um pouco mais “lavada” e com menos brilho. Segundo a Sony, a tecnologia X-Wide Angle melhora esse ponto, mas ela só está disponível nos tamanhos de 75 e 85 polegadas, então não pude comprovar isso na prática.
Mas aqui vai uma observação: a minha unidade de teste veio de fábrica com um pixel preso quase na parte central da tela. É um pixel que, em vez de mostrar preto, azul ou uma cor mais escura, fica vermelho. Isso prejudica a experiência: depois que você vê um pixel defeituoso pela primeira vez, ainda que existam outros 8 milhões funcionando corretamente em uma TV 4K, é impossível fazer de conta que o problema não existe.
Esta não é uma falha inerente a uma marca ou outra, mas é a primeira vez que acontece comigo em um review de TV. Então, perguntei à assessoria de imprensa da Sony Brasil: 1) qual é a política da empresa com relação a pixels defeituosos em TVs; 2) se existe a possibilidade de conserto ou troca do painel; 3) se o problema é coberto pela garantia. Nenhuma das questões foi respondida diretamente. Em vez disso, a empresa emitiu o seguinte posicionamento:
“Todas as telas da Sony são produzidas com altíssima precisão e um controle rigoroso de qualidade atendendo às legislações locais. A presença de um subpixel, sem que haja interferência na experiência do consumidor, embora em hipótese alguma deva ser tida como padrão, é uma anormalidade que pode ocorrer em uma pequena amostragem de telas LED — desde que continuem a garantir mais de 99,99% do total de pixels em atividade. Neste caso, o aparelho se mantém em atendimento à normatização internacional ISO 9241 da série 300. A qualquer momento, caso julgue necessário, o consumidor poderá encaminhar os seus produtos para avaliação nos canais oficiais da marca.”
Como essa ocorrência não é comum, decidimos manter a unidade de teste com pixel defeituoso e analisamos outros quesitos da X955G normalmente.
Qualidade de som
No mercado de eletrônicos, existem alguns produtos com fãs tão devotos que é difícil citar pontos negativos: os defensores logo aparecem para dizer que não existem defeitos e que aquele é o melhor produto do mundo. A X905F é um desses produtos e a X955G deve seguir pelo mesmo caminho (e tem seus méritos por isso, claro).
Mas como estou aqui para analisar, não vender produtos, a principal fraqueza da X955G é o som. É bem verdade que você pode resolver isso com uma soundbar, mas outras fabricantes já estão colocando sistemas de áudio melhores em suas TVs premium, como a Samsung e a LG. Enquanto isso, a melhor TV 4K LCD da Sony tem um som bem razoável, que não faz jus à qualidade da tela.
A X955G tem alto-falantes que fazem só o básico. Os médios são claros e bem definidos, garantindo uma experiência satisfatória no telejornal ou na novela. Mas eles não chegam às frequências mais baixas, o que tira a emoção de filmes de ação e não gera uma sensação de imersão. Além disso, como o volume não consegue atingir níveis muito altos, o som da TV não preenche ambientes maiores.
Neste ano, a Sony implantou o Acoustic Multi-Audio, que lembra a tecnologia presente nas TVs OLED da marca, em que o som sai da tela. Esta é uma versão mais simples, que consiste em simular um áudio saindo do centro da TV. Mas, na prática, o som da X955G não é muito diferente do que as empresas oferecem em televisores de entrada, o que é bem decepcionante para um modelo premium e torna quase obrigatória a compra de um sistema de som dedicado para deixar a experiência mais equilibrada.
Software e funções de Smart TV
Eu não sou o maior fã do Android TV, mas o sistema melhorou consideravelmente do ano passado para cá. O maior problema da plataforma do Google era a lentidão para abrir aplicativos e os engasgos na interface, algo inaceitável para uma TV tão cara. Mas as otimizações do Oreo deixaram a experiência muito mais fluida. Já apontei essa melhoria na basicona TCL C6, que também está bem ágil.
A interface da Sony ficou bem organizada, dando acesso fácil às entradas de vídeo e os aplicativos de sua escolha. Na tela inicial, o Android TV mostra conteúdos sugeridos no YouTube, Netflix, Play Filmes e outros serviços de mídia. E, na Play Store, a gama de aplicativos é enorme: tem Amazon Prime Vídeo, HBO Go, Globoplay, Telecine, Spotify, Fox e até alguns jogos.
Naturalmente, os diferenciais da plataforma do Google estão aqui: você pode dar comandos ao Google Assistente, o que também abre espaço para deixar sua casa mais conectada; e a TV possui Chromecast integrado, facilitando a reprodução de conteúdos por meio de um Android ou iPhone.
Vale a pena?
Por R$ 11.299 na versão de 65 polegadas, a X955G está na mesma faixa de preço de outras TVs high-end, como a Samsung Q80R e a LG OLED C9. A Sony não é a opção mais completa, já que as coreanas entregam um som melhor e um controle remoto mais inteligente, mantendo o nível de imagem, mas é difícil que alguém se arrependa de ter adquirido o modelo da Sony.
A Sony consegue oferecer uma qualidade de imagem excelente na X955G; é tão bom que é difícil se acostumar. Qualquer conteúdo em qualquer ambiente é reproduzido com maestria, já que a empresa manteve as qualidades de um bom painel LCD, como o brilho forte e as cores acertadas, mas afastou as potenciais fraquezas, como o contraste e o nível de preto, que são quase tão bons quanto os de uma OLED.
Esta não é uma TV para todo mundo, principalmente por causa do preço: a versão de 65 polegadas da X955G pode custar quase o triplo de uma TV 4K mais básica, do mesmo tamanho. Mas os entusiastas de imagem que podem pagar por um produto tão caro certamente vão ficar bem satisfeitos.
Especificações técnicas
- Modelo: Sony XBR-65X955G
- Tamanho do painel: 64,5 polegadas (164 cm)
- Resolução: 3840×2160 pixels
- Taxa de atualização: 120 Hz
- Tipo de painel: VA LCD
- Tecnologias de imagem suportadas: HDR, HDR10, Dolby Vision, HLG
- Potência dos alto-falantes: 2x 10 watts
- Tecnologias de áudio suportadas: Dolby Atmos, Dolby Digital Plus, Acoustic Multi-Audio
- Sistema operacional: Android TV 8.0
- Consumo de energia: 292 watts (máximo), 0,5 watt (mínimo)
- Entradas de vídeo: 4 HDMI 2.0 (eARC, HDMI-CEC), 2 RF, vídeo componente
- Saídas de áudio: 1 saída de áudio óptica digital, 1 saída de áudio analógica (3,5 mm)
- Outras conexões: 2 USB 2.0, 1 USB 3.0, Wi-Fi 802.11ac, Bluetooth, Ethernet
- Dimensões (largura x altura x profundidade): 144,7×83,2×6,9 cm (sem a base) e 144,7×90,2×33,3 cm (com a base)
- Peso: 23,5 kg (sem a base), 24,9 kg (com a base)
TV 4K Sony X955G: continua impressionando
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