Na semana passada, ao admitir que seus processadores de 7 nanômetros vão atrasar, a Intel levantou uma possibilidade que chamou atenção: a de terceirizar a sua produção de chips. Parece uma possibilidade remota, mas os indícios de que a Intel poderá seguir por esse caminho não são desprezíveis.
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Se essa estratégia sair do papel, representará uma das maiores mudanças pelas quais a Intel já passou em sua história. Durante as últimas três décadas, a companhia figurou como a empresa mais valiosa do setor de semicondutores, em parte porque, além de desenvolver seus próprios chips, mantém linhas próprias de produção.
Processadores são componentes extremamente complexos, razão pela qual a sua produção depende de fábricas sofisticadas. É por isso que há pouquíssimas companhias produzindo esse tipo de chip.
A Intel está entre elas por ter investido bilhões de dólares em suas fábricas. O problema é que, na última década, o setor de semicondutores passou por uma reviravolta: o mercado de smartphones superou o de PCs e a Intel não conseguiu acompanhar essa mudança.
Uma das companhias que mais se beneficiaram com essa reviravolta é a taiwanesa TSMC. A empresa é a maior fabricante independente de chips do mundo. Pudera: entre seus clientes estão gigantes como Apple, AMD e Qualcomm.
Embora não tenha dado detalhes, a Intel afirmou, na semana passada, que identificou um problema no processo de fabricação que degrada o desempenho dos seus futuros chips de 7 nanômetros. A chegada deles ao mercado vai atrasar, consequentemente: agora, eles são esperados para o final de 2022 ou início de 2023.
Para que o atraso não seja ainda mais expressivo, a Intel comentou sobre um “plano de contingência” que inclui a terceirização da fabricação de seus chips. Para qual empresa? Não se sabe, mas é provável que justamente a TSMC seja a única com tecnologia suficientemente avançada para assumir essa produção na escala que a Intel precisa.
Não há nada decidido, pelo menos não publicamente. Mas o mercado já manifesta alguma preocupação com essa possível estratégia, tanto que as ações da Intel estão em queda desde a semana passada.
Basicamente, o temor é o de que, ao terceirizar a sua produção, a Intel passe o bastão da inovação tecnológica no setor de semicondutores para empresas asiáticas, cenário que o governo dos Estados Unidos vem tentando evitar.
Fato é que a Intel não enfrenta um bom momento. Os últimos anos da companhia foram marcados por atrasos na produção de chips de 10 nanômetros, problemas sérios de segurança e, mais recentemente, a perda da Apple como cliente. Alguma coisa realmente precisa ser feita.
Com informações: Bloomberg.
Intel pode terceirizar fabricação de processadores
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