O Dell XPS 13 continua extremamente fino e bem pequeno nessa geração, deixa as bordas da tela ainda mais finas, entrega touchpad mais espaçoso, aumenta o teclado e faz um pequeno upgrade no processador, que continua de décima geração da Intel, mas agora faz parte da família Ice Lake e promete bastante tempo de uso fora da tomada. Será que vale a pena? Ele continua sendo o melhor notebook com Windows do mercado que não engloba os portáteis pro público gamer? Vem comigo que nos próximos parágrafos eu explico.
- Review Notebook Dell G5 5590: um passo antes de reflexos em tempo real
- Review MacBook Pro (16 polegadas): tudo gigante
Análise do Dell XPS 13 em vídeo
Design e acabamento
Se você já viu o XPS 13 em alguma geração do notebook e curtiu o visual, pouco muda por aqui. Ele continua como um dos notebooks mais bonitos para quem não quer um Mac, com acabamento externo feito em alumínio, enquanto a parte do teclado tem fibra de carbono com toque meio emborrachado.
Além de muito elegante, o conjunto garante maior resistência aos intempéries da vida, principalmente para quem, como eu, não tem o costume de levar o notebook em uma capa para proteger dos inimigos de dentro da mochila. Nas quinas um corte feito com diamante faz o prata fosco virar mais brilhoso.
Como deu para ver nas imagens, não existe algo além de USB-C e isso é bom, além de ser ruim também. É bom por manter o visual mais moderno e permite que a lateral seja menos espessa, mas é ruim por te obrigar a ter adaptador para qualquer coisa. Ao menos a Dell sabe que ainda existe um universo quase infinito de acessórios e trecos com USB antiga, então na caixa vem um dongle. Menos mal.
Um detalhe que pode ser ruim para muita gente é que, além de ter apenas duas USB-C, que poderiam ser ao menos três, o leitor de cartões de memória só aceita o formato microSD. Tudo bem que a maioria das pessoas utiliza este tamanho na vida, mas em um computador que foca em produtividade e trabalho, seria mais interessante um slot pra preencher um cartão SD convencional.
Aberto, o XPS 13 tem um touchpad com tamanho generoso pra qualquer trabalho e tem teclado que me surpreendeu pelo conforto. Teclados em Ultrabooks sempre sofrem em dois pontos: largura e profundidade das teclas. Por aqui elas são no formato de tesoura e, mesmo com pequeno espaço de viagem, digitar é confortável e silencioso. Já sobre a largura, a Dell conseguiu aumentar em 9% o tamanho das teclas e nem mesmo as setas ficaram pequenas. O aproveitamento da base do produto para o teclado é ótimo.
Ah, tem uma tecla com textura diferente e que faz a leitura da impressão digital para login. É rápido, trabalha com o Windows Hello e é a melhor opção para autenticar o usuário – que também pode ser feito com reconhecimento facial.
Fechando a parte de design, um detalhe que a Dell já vem trabalhando faz tempo e eu adoro de paixão é o cabo que faz a recarga da bateria. Ele é um cabo com ponta USB-C, mas que tem um pequeno LED que indica quando a tomada está plugada na parede. Parece bobeira, mas é uma forma de identificar que a energia ao menos chega até a ponta do cabo. Além de dar um visual moderno, meio futurista.
Tela
Se do lado de fora o Dell XPS 13 surpreende pela beleza, por dentro a tela entra como a cereja do bolo. Nesta geração do XPS a Dell conseguiu diminuir ainda mais a borda inferior, numa sensação de que o display encosta na base do notebook. A dobradiça também está bem escondida e até mesmo a marca da fabricante não aparece para o usuário.
A proximidade do teclado aumenta a imersão de qualquer cena, mas em um momento eu acabei tocando na tela sem querer. Como o modelo que recebemos para teste tem tela sensível ao toque, eu acabei abrindo o menu iniciar. É um problema? Pode ser, mas uma curva de aprendizado rápida me fez baixar um pouco mais da mão e pronto.
Agora, dentro da tela. Ela pode ser Full HD ou 4K, mudando apenas a quantidade de esforço que você pede para a placa gráfica e a CPU também. O display é tão pequeno, afinal de contas é um notebook de 13 polegadas, que deixar em 4K e colocar os ícones em 100% de tamanho, faz literalmente qualquer coisa ficar ilegível, uma porcaria. Em Full HD tudo melhora, o que deixa claro que a tela 4K tá aqui só para mostrar para os amigos e para Dell poder falar que a tela é melhor que a do MacBook Air. Não tem uso prático e mais atrapalha do que ajuda.
Mas, deixando isso de lado, a tela tem suporte para HDR e Dolby Vision. A reprodução de cores está num nível que se espera de um computador tão refinado e caro. Não existe sequer um ponto de aberração cromática, um ponto de erro na iluminação. Um telão ótimo pra momentos de pandemia, com algum serviço de streaming e tudo mais. O áudio não colabora muito justamente pela falta de espaço nas caixas, então recomendo o uso de fones de ouvido mesmo.
Hardware e bateria
Por dentro, o modelo que recebemos para o teste vem com um Intel Core i7 de décima geração 1065G7, que é uma versão ultra low voltage do processador e que não significou nenhum momento de queda no desempenho. O que ajuda bastante é que ele vem com um SSD de 1 TB em formato M.2 em NVMe, que trabalha junto de 16 GB de RAM LPDDR4.
Nos testes de leitura e escrita, este SSD bateu mais de 3 GB por segundo em leitura sequencial e quase 2,8 GB na escrita. Em leitura aleatória ele ficou em 430 MB e escreveu em 317 MB por segundo. É o suficiente para o boot levar poucos segundos e a abertura da maioria dos programas acontecer quase que instantaneamente, além da garantia de que o bom desempenho seguirá este notebook por alguns anos. Eu chutaria uns quatro anos ou mais.
Ele não vem com placa gráfica dedicada, ficando apenas com a opção da Intel e que é suficiente para o trabalho, para renderizar vídeos, editar fotos, mas não é ideal para jogar. Dá pra jogar? Dá, mas só games mais leves como Minecraft ou então um MOBA com gráficos no médio. Se você comprou este notebook pensando em jogos, ficará desapontado e deveria ter levado em conta um portátil gamer – a própria Dell tem alguns, bem potentes e com GPU RTX da Nvidia.
Existe uma versão mais simples desta configuração, com um Core i5 e 8 GB de RAM, mas mantendo o mesmo tipo de SSD. O desempenho cairá, mas não tanto assim. Onde pode sofrer é no uso prolongado durante anos e neste cenário o modelo com Core i7 e o dobro de RAM vai fazer diferença, principalmente quando você leva em conta que este notebook não permite upgrade de RAM ou armazenamento.
A bateria é de quatro células em 52 watt hora. A Dell promete até 18 horas e 49 minutos em uma só carga, graças ao baixo TDP do processador e alguns ajustes internos. Nos testes que fiz, consegui algo bem abaixo disso e mais coerente com o uso cotidiano. Meu uso é de Chrome aberto o tempo todo com no mínimo 10 abas, mais de duas horas de podcast tocando no app do Pocket Casts pro Windows, app do Slack também aberto o tempo todo, além de mais de uma hora de vídeo do YouTube na resolução 1080p.
Tirei a tomada do computador quando o relógio marcou 10 da manhã e a bateria chegou em 3% de carga restante quando eram 17h30. Deu quase o dia inteiro de trabalho e isso sem colocar nenhuma configuração de economia de energia, nem mesmo a ferramenta nativa do Windows para gastar menos bateria. Este cenário foi com o monitor em Full HD, com uma hora a menos quando eu mudei a resolução para 4K, o que aumenta a sensação de que tela 4K em um notebook de 13 polegadas não é útil para ninguém.
Na tomada, que envia 45 watts por qualquer uma das duas portas USB-C, duas horas e 30 minutos foram suficientes para sair dos 3%, que é quando o Windows 10 Pro desliga sozinho por pouca energia, e ir até 100% novamente.
Conclusão
Olha, se você busca o melhor ultrabook fino e leve, com desempenho de sobra para durar no mínimo uns cinco anos na mão e sem reclamar no meio do caminho, o Dell XPS 13 continua a melhor opção, ao menos no Brasil. Ele é o mais elegante de todos, tem 1,2 quilo e o corpo é menor do que um notebook tradicional de 13 polegadas. A tela é fantástica, o aproveitamento de tela é o maior que já vi neste tipo de computador e o teclado é confortável.
O desempenho não te deixa na mão mesmo com programas pesados, dá para rodar um joguinho leve e a bateria pode segurar quase um dia inteiro de trabalho sem ligar o modo de economia. Se fizer isso você passa das 10 horas sem muita dificuldade. Me incomoda a presença de uma tela 4K, que torna toda interface minúscula até para olhos mais saudáveis, gasta mais energia e não entrega nenhum benefício que vale a pena.
Por sorte é possível configurar este XPS 13 no site da Dell sem a tela 4K, que também tira o display sensível ao toque. Eu acho que telas de toque ainda não são práticas em computadores, então é uma economia que bate em R$ 1 mil e é muito inteligente. Se você quer o melhor do mundo do Windows em um corpo fino, elegante e com tela impecável, levar o modelo Full HD é a melhor compra. Ela não é barata, mas certamente vai te segurar com ele por no mínimo cinco anos.
Dell XPS 13 2020: mantendo o topo do mundo Windows
Dell XPS 13 2020: mantendo o topo do mundo Windowspublicado primeiro em https://tecnoblog.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário