A DL Eletrônicos, que representa a Xiaomi oficialmente no Brasil, está realizando um estudo sobre a viabilidade de fabricar celulares da marca no país. Em entrevista, um executivo da empresa comenta os efeitos da alta do dólar, menciona o "custo Brasil" como um dos maiores desafios, e diz acreditar que os brasileiros farão menos importação direta no futuro.
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Luciano Barbosa, head da Xiaomi no Brasil, afirma em entrevista ao Mobile Time que um dos principais desafios para a operação nacional é o custo Brasil. "As pessoas veem o preço lá fora e comparam com o preço daqui; isso acontece com outras marcas também, mas no nosso caso é um desafio grande porque a Xiaomi é conhecida pela boa relação custo-benefício", ele observa.
O executivo entende que os consumidores querem escapar do custo Brasil. Ainda assim, ele acredita que "a compra no mercado local vai aumentar e a internacional será reduzida" no longo prazo, alegando que a maioria das pessoas não ficará satisfeita com a experiência da importação direta.
Barbosa aponta algumas possíveis desvantagens: os consumidores correm o risco de serem taxados; o produto pode vir com tecnologias incompatíveis, "como as frequências de 4G ou o plugue da tomada"; ou a mercadoria pode ser falsificada, "principalmente fones de ouvido, pulseiras e patinetes".
Quanto à alta do dólar, o head da Xiaomi afirma que isso afeta todo mundo: "no meu concorrente direto, sobe o preço da matéria prima; no meu caso, pesa direto no preço de venda... mas entendemos que o dólar alto vai impactar todas as marcas".
DL pode fabricar produtos da Xiaomi no Brasil
A DL está realizando um estudo para avaliar se é viável fabricar produtos da Xiaomi no Brasil; ele deve ser concluído no final de maio. "Se houver convergência em certos modelos, poderemos produzir localmente", diz Barbosa.
O executivo nota que, mesmo se o estudo for positivo, a DL não vai produzir o catálogo inteiro de celulares e outros gadgets no país: "não moveria todo o meu catálogo para produção local do dia para a noite, mas gradativamente".
Barbosa promete que a DL lançará mais 10 celulares da Xiaomi ao longo de 2020, sem mencionar modelos específicos. Atualmente, o portfólio conta com 14 smartphones à venda, todos importados.
A empresa tinha 260 produtos diferentes em dezembro; até o final deste ano, esse número deve aumentar para 500. Excluindo celulares, os itens mais populares são fones de ouvido, pulseiras, balanças, lâmpadas e repetidores Wi-Fi.
Os produtos da Xiaomi têm presença oficial em mais de 2,5 mil pontos de venda. A DL tem acordo com as lojas físicas das Casas Bahia, Pernambucanas e outras varejistas; além das Mi Stores em dois shoppings de São Paulo.
Com informações: Mobile Time.
Xiaomi discute custo Brasil e planos de fabricar celulares no país
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