Desde 2015 que a Positivo responde pela produção e distribuição dos notebooks Vaio no Brasil. Essa parceria deixa muita gente desconfiada, afinal, a companhia brasileira é mais conhecida por seus PCs de baixo custo. Será então que ela dá conta de laptops premium? Para descobrir, eu usei o Vaio F15 como meu computador principal durante uma semana.
O modelo traz tela IPS LCD de 15,6 polegadas (full HD), processador quad-core Intel Core i7-8550U (existe uma versão com Core i5-8250U), 8 GB de RAM e SSD de 256 GB.
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Como é o desempenho dessa configuração? A bateria tem boa autonomia? A tela convence? O Vaio F15 vale o preço de aproximadamente R$ 5 mil que a Positivo sugere por ele? É o que você já vai descobrir.
Em vídeo
Design e acabamento
Desde os primórdios da marca que os notebooks mais avançados da Vaio trazem design diferenciado. O Vaio F15 não foge à regra. Ele chama atenção logo de cara por contar com visual marcado por linhas um tanto arrojadas e acabamento externo em alumínio, material que também confere ao equipamento robustez e o ajuda a ser relativamente leve — ele pesa 1,83 kg.
Esse design não tem só apelo estético, mas também funcional: a tampa superior foi alongada de modo a deixar a base do notebook levemente inclinada quando a tela é aberta. Com isso, a digitação fica um pouco mais ergonômica.
Mas um detalhe me incomodou bastante: para evitar que a borda da tampa superior seja riscada ou danificada no contato com a superfície, dois pequenos apoios de plástico foram colocados ali. Não gostei disso. Talvez seja só implicância minha, mas esse detalhe quebra um pouco a harmonia do design, sem contar a sensação de que essas pecinhas vão se soltar a qualquer momento.
A quantidade de portas está dentro da média. A lateral esquerda abriga uma porta Ethernet, uma porta USB 3.1, uma porta USB-C (também 3.1), uma porta HDMI, além da trava Kesington. Já o lado direito traz duas portas USB 2.0 e a conexão para fones de ouvido / microfone.
Sim, o Vaio F15 também traz leitor de cartões SD, mas ele fica meio escondido na borda frontal, quase abaixo do touchpad.
Teclado, touchpad e leitor de digitais
Falando em touchpad, eis outra característica que chamou a minha atenção logo de cara, por dois motivos: o primeiro é que o leitor de impressões digitais é integrado a ele; o segundo é que o touchpad traz botões físicos para os cliques esquerdo e direito, característica cada vez mais rara nos notebooks.
Temia que o sensor de digitais posicionado ali fosse atrapalhar o uso do touchpad, mas isso não aconteceu. O componente funciona bem: a leitura é rápida e precisa — não notei problemas nesse sentido nenhuma vez. Além disso, o sensor de digitais é compatível com o Windows Hello, como esperado.
O touchpad em si também cumpre bem a sua função. Ele tem bom tamanho e as respostas são rápidas, inclusive para os gestos do Windows. O mesmo vale para os botões físicos, mas se você não gosta deles, tudo bem: os cliques do cursor a partir de toques sobre o touchpad também são rápidos.
Já o teclado vem no padrão ABNT2 (tem cedilha, portanto) e, como o Vaio F15 é grande, traz teclas numéricas no lado direito. Gostei dele por várias razões. Começa pelo bom espaçamento e conforto de uso: as teclas têm boa aderência aos dedos e não são moles ou rígidas demais.
A retroiluminação LED também soma pontos. Ela cobre todo o teclado e tem cinco níveis de intensidade. Se você ficar mais de 30 segundos sem digitar, os LEDs se apagam para poupar energia (dá para aumentar esse tempo ou desativar essa função nas configurações). O único problema aqui é que os ícones das funções secundárias das teclas assumem um tom de azul muito escuro quando os LEDs estão ligados.
Observação importante: não existe LED para Num Lock e Caps Lock aqui, mas o Vaio F15 mostra notificações na tela quando esses modos são ativados.
Também merece menção o fato de as teclas de setas não ficarem “encolhidas”, ao contrário do que acontece em vários laptops. Além disso, o teclado numérico tem botão de ponto [.], característica que também costuma estar ausente.
Tela
Do tipo IPS LCD, a tela segue o tamanho padrão de 15,6 polegadas e tem resolução de 1920×1080 pixels. Trata-se de um bom painel. O brilho máximo não é dos mais fortes, mas garante visualização satisfatória em ambientes claros. Além disso, as cores são intensas (mas sem exageros) e não há muita perda de tonalidade em visualizações sob ângulos variados.
Com relação à resolução, ela apresenta o mínimo que se espera de uma tela com essas dimensões. Até dá para distinguir pixels aqui, mas só se você observar o display muito de perto.
Desempenho, bateria e software
A versão do Vaio F15 testada aqui traz processador Core i7-8550U, 8 GB de memória DDR4 e SSD de 256 GB (há também opção com chip Core i5-8250U e HD de 1 TB). É uma configuração que, equilibrada como é, dá conta até das tarefas mais exigentes.
Chrome com várias abertas, Google Earth Pro, Photoshop, Netflix, entre vários outros softwares rodaram aqui sem pestanejar. Como o laptop vem com SSD e uma quantidade significativa de RAM, os programas abrem rapidamente, a alternância entre eles não é demorada e as respostas aos comandos são imediatas.
Só que a GPU é a UHD Graphics 620, o deixa claro que este não é o melhor notebook para o público gamer. Jogos como Asphalt 9: Legends rodam tranquilamente, desde que as configurações gráficas fiquem no médio ou, em alguns casos, no mínimo — no máximo, dá para notar instabilidades nas taxas de frames por segundo com certa facilidade.
Um detalhe que chamou a minha atenção é que o mecanismo de ventilação localizado na lateral esquerda não é exatamente silencioso. Ele entra em ação durante as atividades mais exigentes, obviamente, e leva algum tempo para você se convencer de que o notebook não vai levantar voo.
Mas isso nem chega a incomodar (muito). O que me deixou frustrado foi a bateria. Com três células (3.365 mAh / 38 Wh), ele teve autonomia de aproximadamente cinco horas nos meus testes.
No dia de testes, rodei um vídeo da Netflix por duas horas com brilho máximo na tela, trabalhei no notebook (Chrome e editor de texto) também por duas horas, sempre com o Spotify tocando algo em segundo plano, joguei Asphalt 9: Legends por 15 minutos e brinquei no Google Earth Pro também por 15 minutos.
Após essas tarefas, a carga da bateria caiu de 100% para cerca de 20%. Não é ruim, mas eu esperava que um notebook dessa categoria tivesse um pouco mais de autonomia. Já o tempo de carga de 15% para 100% foi de quase três horas.
Devo dizer também que o Vaio F15 vem de fábrica com o Windows 10 Home e nenhum software duvidoso, exceto um: um trial do MacAfee LiveSafe (um antivírus, para variar).
Existe ainda um complemento chamado Control Center. Ele tem visual questionável, mas é útil por dar acesso a algumas configurações do notebook.
Áudio e webcam
Como sempre faço, aproveitei os testes de bateria para analisar o áudio. O Vaio F15 vem com dois alto-falantes na parte inferior que são bem simples. O volume não é alto e, embora o som saia claro na maior parte do tempo, algumas vezes soa abafado. Fones de ouvido serão seus amigos aqui.
Já a webcam gera imagens em 1280×720 pixels. De avançada ela não tem nada, mas ela serve para transmissões via Skype ou Hangouts de vez em quando. É uma pena, mas ela tampouco funciona com o Windows Hello.
Conclusão
O Vaio F15 manda bem no quesito que mais importa: desempenho. A combinação do Core i7-8550U com os 8 GB de RAM e o SSD de 256 GB fazem dele uma boa opção para quem edita imagens com frequência, trabalha com desenvolvimento, lida com planilhas gigantes, enfim.
Só é uma pena a bateria não acompanhar todo esse dinamismo. Embora esse componente não seja ruim, um notebook desse porte merecia um pouco mais de autonomia.
A contrapartida aqui é que, por ser grande, o ideal é que o Vaio F15 seja usado como o computador de casa ou do escritório (se você precisa de mobilidade, convém apelar para modelos mais compactos), o que significa que sempre haverá uma tomada por perto para ele.
O teclado e o touchpad agradaram bastante. Eles são amplos e confortáveis e, no caso do teclado, as teclas têm bom espaçamento entre elas, sem contar que a retroiluminação é sempre bem-vinda. Digo o mesmo para a possibilidade de desbloquear o equipamento com impressão digital.
Eu diria que a tela também soma pontos. Ela não é excepcional em nenhum aspecto, mas também não deixa a desejar: a resolução full HD está dentro do mínimo que a gente espera para um display de 15,6 polegadas, as cores têm intensidade decente e o brilho máximo, embora não seja muito intenso, garante boa visualização mesmo em condições de iluminação acentuada.
Já o design confere identidade própria ao Vaio F15, o mesmo valendo para a robustez do acabamento externo. Por outro lado, aqueles dois pequenos apoios na tampa da tela não conquistaram a minha simpatia. Para mim, parece uma gambiarra. Discreta, mas ainda uma gambiarra.
No conjunto da obra, o Vaio F15 convence. Só que também cobra o seu preço: a versão testada aqui tem valor sugerido de R$ 4.999, enquanto o modelo com Core i5 sai por R$ 4.499.
Não tem jeito, uma configuração como essa não vai ter preço convidativo no Brasil. Dá para encontrar as duas versões com descontos variando entre R$ 300 e R$ 500 no pagamento à vista, sem contar os descontos ocasionais do varejo. Já é alguma coisa.
Especificações técnicas
- Processador: quad-core Intel Core i7-8550U de 1,8 GHz (oitava geração)
- GPU: Intel UHD Graphics 620
- RAM: 8 GB de DDR4 (expansível para até 32 GB)
- Armazenamento: SSD de 256 GB
- Bateria: três células (3.365 mAh / 38 Wh)
- Conectividade: 802.11ac, Bluetooth 4.2, 1 HDMI, 1 USB-C (3.1), 1 USB 3.1, 2 USB 2.0, 1 Ethernet Gigabit, leitor de cartão SD
- Áudio: conexão para fones de ouvido + microfone, duplo alto-falante
- Dimensões (L x A x P): 382 x 20,5 x 257 mm
- Peso: 1,83 kg
- Teclado: ABNT 2 com retroiluminação LED e teclas numéricas
- Tela: IPS LCD de 15,6 polegadas, resolução full HD (1920×1080 pixels) e antirreflexo
- Sistema operacional: Windows 10 Home Single Language (64-bits)
- Webcam: resolução de 1280×720 pixels
Vaio F15: robustez e desempenho em um notebook grande
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