O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) lançou nesta quarta-feira (28) a pesquisa TIC Domicílios 2018, que traça o perfil do brasileiro que acessa a internet. O estudo aponta que a porcentagem de pessoas conectadas no país subiu de 67% no levantamento anterior para 70%, o que representa 126,9 milhões de pessoas. O computador ficou para trás, enquanto o celular foi o meio principal de acesso para 97%.
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O aumento do número de brasileiros conectados se deve principalmente às pessoas nas classes D/E: 30% delas haviam usado a internet nos três meses anteriores ao estudo de 2015, bem menos que os 48% da pesquisa de 2018. O acesso também se tornou mais popular na classe C: passou de 63% em 2015 para 76% em 2018.
Smartphone é o novo rei
A inclusão de novos usuários foi impulsionada pelo smartphone. Na classe A, 84% usam tanto o celular quanto o computador para acessar a internet e apenas 12% têm o celular como meio de acesso exclusivo. Já nas classes D/E, o resultado é o inverso: 85% acessam a internet unicamente pelo celular e 13% o fazem por meio dos dois dispositivos.
Isso tem contribuído para tirar o protagonismo do PC. Em 2014, 80% dos usuários acessavam a internet pelo computador, contra 76% do celular e 10% de Smart TVs. Enquanto isso, o estudo de 2018 mostra que quase todos os brasileiros (97%) se conectam pelo celular. O acesso pelo computador caiu para apenas 43%, enquanto as Smart TVs se popularizaram, sendo utilizadas por 30% da amostra.
As conexões estão melhorando
A qualidade da internet fixa também melhorou ao longo dos anos. Em 2015, apenas 5% dos usuários tinham banda larga acima de 20 Mb/s, taxa que dobrou para 10% em 2018. As conexões mais lentas, com velocidades de até 2 Mb/s, caíram de 22% para 13% no mesmo período.
A melhoria do acesso à internet está ligada ao crescimento dos provedores regionais, algo que já abordamos há um bom tempo aqui: em cidades menores e regiões periféricas, as gigantes da internet fixa não conseguem oferecer um bom nível de qualidade, abrindo espaço para que empresas menores explorem o serviço, muitas vezes com fibra óptica e preços menores.
Esse crescimento fica claro ao analisar o tipo de conexão: em 2015, 26% utilizavam banda larga do tipo DSL, que aproveita a infraestrutura de telefonia fixa para fornecer internet, como é o caso de serviços antigos oferecidos por Vivo e Oi. O DSL caiu para apenas 10% de participação em 2018. Já a internet por cabo ou fibra óptica pulou de 24% para 39% em três anos.
Internet para quê?
Pela primeira vez, a pesquisa perguntou que tipos de serviços os brasileiros pediram por meio da internet. O destaque fica para os aplicativos de transporte: 32% dos usuários já solicitaram um motorista na Uber, 99 ou outro serviço.
Outros serviços tiveram participações menores: 28% pagam por plataformas de streaming como Netflix e Globoplay; 8% assinam serviços de música como Spotify ou Deezer; 12% fazem pedidos de refeições pelo iFood, Uber Eats e outros; 5% reservam quartos ou acomodações pela internet no Booking, Airbnb e outros; e 5% contratam cursos pagos pela internet.
O TIC Domicílios 2018, que pesquisou 23 mil domicílios em todo o território nacional entre outubro de 2018 e março de 2019, pode ser acessado nesta página.
Brasil tem 126,9 milhões de pessoas conectadas; celular é meio de acesso principal para 97%
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