Em uma parceria histórica, Apple e Google anunciaram que lançariam em maio uma tecnologia de rastreamento de contatos (contact tracing), baseada na proximidade de dispositivos Bluetooth, para monitorar a pandemia de coronavírus entre usuários de iOS e Android. Pois bem: o lançamento foi adiantado em semanas e agora acontecerá na próxima terça-feira (28).
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A informação foi revelada pelo CEO Tim Cook durante uma conferência em vídeo com o comissário europeu Thierry Breton, segundo o jornal francês Les Echos. A Comissão Europeia pressiona a Apple para que a nova tecnologia cumpra as leis de privacidade do bloco econômico e seja anônima, voluntária, transparente, segura, interoperável e temporária: a ideia é que o contact tracing só funcione durante a crise da COVID-19 na União Europeia.
Com o lançamento das APIs de contact tracing pelas duas gigantes, os órgãos de saúde ao redor do mundo poderão desenvolver aplicativos de monitoramento do avanço do coronavírus que funcionem entre usuários de Android e iOS. Isso permite que os governos rastreiem os casos da doença e tomem decisões baseadas em dados. A localização do usuário não é revelada e a participação é opcional.
Como funciona o rastreamento de contato
A solução proposta por Google e Apple é baseada no padrão Bluetooth Low Energy, e consiste em receber códigos de identificação para detectar dispositivos Bluetooth próximos. Isso se chama "detecção de contato": esse "contato" não tem a ver com sua agenda; trata-se da conexão que os dois aparelhos conseguem fazer se estiverem próximos um do outro.
Os celulares ou tablets com Android e iOS vão emitir um código de identificação que é modificado a cada 15 minutos para preservar a privacidade. Se o hardware permitir, a recomendação é que esse código mude dentro de um intervalo aleatório entre 10 e 20 minutos, tornando improvável a detecção do local através do Bluetooth.
O código de identificação (rolling proximity identifier) é gerado a partir de uma chave diária. Ela, por sua vez, é criada a cada 24 horas com base em uma chave de rastreamento única que pertence a cada aparelho.
Se o dono do dispositivo tiver teste positivo para o vírus do COVID-19, sua chave diária será enviada a um servidor. Dessa forma, o sistema tem um parâmetro para identificar se esse dispositivo esteve próximo do seu celular ou tablet: ou seja, você saberá se cruzou com alguém infectado, mas sem descobrir a identidade da pessoa.
Apple e Google adiantam lançamento de tecnologia para monitorar COVID-19
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