segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Oi tenta levantar R$ 2,5 bilhões para não ficar sem dinheiro em 2020

O dinheiro da Oi está acabando: ela diz que seu caixa chegou ao “mínimo necessário” e que os recursos podem acabar em fevereiro de 2020. Por isso, a operadora planeja levantar até R$ 2,5 bilhões, além de vender partes não-estratégicas da empresa ao longo dos próximos anos. Uma fusão com a TIM, no momento, estaria descartada.

Oi

O Estadão obteve projeções fornecidas pela Oi à Anatel: existe uma “probabilidade alta” de que a operadora interrompa as atividades por falta de dinheiro se nada for feito, causando um impacto “muito alto” no setor de telecomunicações. Apenas no segundo trimestre, ela teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão.

Por isso, executivos da Oi estão realizando “conversas intensas” com bancos para levantar até R$ 2,5 bilhões. A operadora ainda não decidiu como isso será feito, mas o diretor financeiro Carlos Brandão disse na semana passada que a empresa estuda algumas opções: uma delas é emitir debêntures, ou seja, vender títulos de sua dívida. A outra alternativa é aumentar capital emitindo novas ações na bolsa de valores.

Além disso, a Oi pretende arrecadar de R$ 6,5 bilhões a R$ 7,5 bilhões vendendo ativos não-estratégicos: isso inclui torres de telecomunicações, data centers e imóveis. Essas operações estão previstas para os anos de 2020 e 2021.

Existem até rumores sobre uma possível fusão entre a Oi e a TIM. No entanto, uma fonte diz ao Estadão que a Telecom Italia também está muito endividada, e não vê a união das duas operadoras como prioridade.

A Oi apresentou suas projeções em reuniões com a Anatel na semana passada, incluindo membros da diretoria e o presidente da agência, Leonardo Euler de Morais. Ele negou rumores de uma possível intervenção, dizendo que isso ocorreria apenas em último caso: “uma solução de mercado definitiva é o cenário preferencial para a evolução positiva da situação”.

Governo quer aprovação do PLC 79 para ajudar Oi

Para ajudar a Oi, o governo quer agilizar a aprovação do PLC 79/2016 (Projeto de Lei da Câmara), que cria um novo marco para o setor de telecomunicações. Com ele, operadoras de telefonia fixa terão mais liberdade para estabelecer preços, assim como na telefonia móvel; e arcarão com custos menores por não terem metas de universalização para instalar orelhões.

O projeto de lei está parado há meses na Comissão de Ciência e Tecnologia. Integrantes do governo querem que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), leve o texto diretamente a plenário para que ele possa ser aprovado em até 30 dias.

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